Brasil propõe agenda com 30 ações para acelerar combate à mudança climática na COP30

A presidência brasileira da COP30, que será realizada em novembro em Belém, apresentou nesta sexta-feira (20) uma proposta de agenda global para orientar a ação climática dos países signatários do Acordo de Paris. O documento, divulgado pelo embaixador André Corrêa do Lago, prevê 30 ações divididas em seis eixos estratégicos e marca uma mudança na forma de conduzir as negociações internacionais sobre o clima.

A proposta visa transformar o Balanço Global (GST) – mecanismo de avaliação coletiva do Acordo de Paris – em uma espécie de plano de metas compartilhadas para o planeta, e não mais apenas uma avaliação. A ideia central é usar o consenso já alcançado no GST como ponto de partida para a construção das políticas climáticas futuras, evitando que o debate fique apenas no papel.

Segundo Corrêa do Lago, a agenda representa uma oportunidade para que diversos setores da sociedade – incluindo empresas, universidades, governos locais e organizações civis – participem ativamente da implementação das medidas. “Muitas vezes, o setor privado se antecipa ao governo nas soluções climáticas. Essa agenda ajuda a canalizar essas iniciativas”, afirmou o embaixador.

Entre os seis eixos da proposta estão temas como transição energética, preservação de florestas e oceanos, agricultura sustentável, infraestrutura resiliente, desenvolvimento humano e financiamento climático. As ações vão desde o abandono gradual dos combustíveis fósseis até o incentivo ao uso de tecnologias limpas e à inclusão social nas políticas ambientais.

Além disso, a proposta defende que essas medidas sejam adaptáveis aos diferentes contextos regionais e nacionais. Haverá uma consulta ampla e inclusiva, conduzida por representantes da COP29 e COP30, com o objetivo de construir um plano de cinco anos para a implementação das ações.

A iniciativa reforça o compromisso do Brasil em liderar os esforços globais contra as mudanças climáticas e deve pautar os debates centrais da conferência em Belém. Ao todo, estão previstas mais de 400 reuniões preparatórias até o encontro, que promete ser um marco na busca por soluções climáticas mais práticas e efetivas.