A escalada do conflito entre Rússia e Ucrânia tem gerado preocupações globais, especialmente após o recente ataque com drones em solo russo no início de junho de 2025. Em meio a esse cenário tenso, autoridades russas fizeram declarações ameaçando o uso de armas nucleares caso forças ucranianas ou a Otan tentem retomar territórios atualmente sob controle russo.
A Rússia detém o maior arsenal nuclear do mundo, herança direta da extinta União Soviética. De acordo com a Federação dos Cientistas Americanos (FAS), o país possui aproximadamente 5.580 ogivas nucleares, das quais cerca de 4.380 estão prontas para uso em lançadores estratégicos, incluindo mísseis balísticos de terra, submarinos e bases aéreas. O restante está armazenado, fora de operação imediata, mas preservado em bunkers.
Quando a Rússia considera usar armas nucleares?
A doutrina nuclear russa, atualizada em novembro de 2024, estabelece que o uso dessas armas pode ser considerado em situações extremas, como:
Resposta a um ataque nuclear ou com armas de destruição em massa contra o país;
Quando há uma ameaça grave à soberania ou integridade territorial da Federação Russa.
Essa política reflete o cenário geopolítico atual, marcado pela guerra prolongada na Ucrânia e pela constante tensão com o Ocidente.
Quem decide o uso das armas nucleares?
A decisão final para o lançamento de armas nucleares na Rússia está nas mãos do presidente Vladimir Putin, que carrega consigo uma maleta nuclear para esse fim. Essa maleta conecta o presidente ao Estado-Maior e às forças de foguetes estratégicos, permitindo a emissão de ordens rápidas. Além de Putin, o ministro da Defesa e o chefe do Estado-Maior também possuem acesso a essa maleta.
Existe também um sistema automatizado chamado "Dead Hand" ou "Perimetr", que pode iniciar um ataque nuclear massivo caso o comando central seja destruído, garantindo uma retaliação mesmo em cenários catastróficos.
Testes nucleares e modernização do arsenal
Embora a Rússia tenha se retirado do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares em 2023, ainda não realizou novos testes desde então. O país mantém um programa de modernização de seu arsenal, buscando substituir mísseis de ogiva única por versões que carreguem múltiplas ogivas, aumentando seu poder de destruição.
A invasão da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, intensificou a rivalidade entre Rússia e países ocidentais, especialmente membros da Otan. O recente ataque com drones em território russo acentuou a retórica bélica, com ameaças explícitas de uso de armas nucleares, reacendendo temores de um conflito em escala global.
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