O governo do Irã vem intensificando a restrição à presença de cães em espaços públicos. No último domingo (8), a cidade de Ilam, no oeste do país, passou a adotar oficialmente a proibição de passeios com cães, medida que já havia sido aplicada anteriormente em Teerã, capital iraniana. A decisão, segundo autoridades locais, tem como base preocupações com a “saúde pública, ordem social e segurança”.
A nova diretriz, porém, não se limita a Ilam. Pelo menos outras 17 cidades iranianas também aderiram à política restritiva nos últimos dias, incluindo centros importantes como Isfahan, na região central, e Kerman, no sul do Irã.
A relação entre a sociedade iraniana e os cães é marcada por controvérsias desde a Revolução Islâmica de 1979. Apesar de não haver uma lei que proíba a posse desses animais, setores mais conservadores do país condenam o convívio próximo com cães, alegando razões religiosas e culturais. O contato com a saliva dos animais, por exemplo, é considerado impuro por muitos clérigos islâmicos.
Além dos argumentos religiosos, há uma crítica recorrente entre autoridades mais tradicionais: a ideia de que a popularização de pets reflete uma influência cultural do Ocidente, vista por eles como uma ameaça aos valores islâmicos.
A medida tem gerado debates dentro e fora do Irã, especialmente entre defensores dos direitos dos animais e da liberdade individual, que veem nas proibições um retrocesso e um sinal de repressão cultural.
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