Apesar de não haver confrontos armados entre as Coreias há décadas, os dois países travam uma silenciosa e estratégica guerra de informação. A Coreia do Sul tenta romper o isolamento da população norte-coreana com transmissões de rádio, músicas pop e séries de TV. Do outro lado, Kim Jong Un investe em repressão e controle absoluto para impedir que qualquer conteúdo externo abale sua narrativa.
Pen drives com novelas, músicas e até informações sobre democracia são contrabandeados à noite por grupos ativistas como o Unification Media Group (UMG). Para o regime norte-coreano, esses arquivos são mais perigosos que armas. Eles mostram uma realidade diferente da propaganda estatal — uma vida livre e próspera no Sul.
Em resposta, Kim tem endurecido leis e punições. Desde 2020, quem for flagrado consumindo conteúdo estrangeiro pode ser preso ou até executado. Jovens têm sido alvo principal, com patrulhas monitorando roupas, linguagem e celulares. Algumas palavras sul-coreanas são até apagadas automaticamente dos aparelhos.
Com cortes nos repasses dos Estados Unidos — antes principais financiadores dessas ações informativas — a Coreia do Norte parece estar ganhando fôlego. O retrocesso na ajuda humanitária e na transmissão de notícias pela Rádio Free Asia e Voz da América fortalece o isolamento de Kim.
Apesar disso, ativistas seguem otimistas. Para eles, quanto mais norte-coreanos forem expostos à verdade, maior será o impacto. E mesmo sob rígido controle, as ideias, uma vez disseminadas, não podem ser apagadas.
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