Em mais um capítulo da crescente tensão comercial com os Estados Unidos, o governo da China afirmou nesta quinta-feira (10) que não pretende ceder diante das tarifas impostas pela administração de Donald Trump. A Embaixada da China em Washington declarou que o país asiático “não recuará” e que responderá com firmeza a qualquer nova provocação.
O ministro do Comércio chinês foi ainda mais direto, acusando os Estados Unidos de minarem as regras do comércio internacional e alertando que Washington está se isolando globalmente. “Ao transformar tarifas em armas para obter vantagens, os EUA estão se posicionando contra o restante do mundo”, afirmou. Ainda segundo ele, a China está aberta ao diálogo, mas só aceita negociações em bases de respeito mútuo e igualdade. “Se os EUA quiserem uma guerra comercial, lutaremos até o fim”, concluiu.
Apesar da retórica agressiva dos dois lados, o presidente Donald Trump adotou um tom mais diplomático ao falar sobre o presidente chinês, Xi Jinping. Durante uma coletiva na Casa Branca, Trump se referiu ao líder chinês como “um amigo” e disse acreditar em um acordo futuro. “Ele é um cara inteligente, que ama o seu país. Acho que vamos chegar a um acordo”, afirmou.
Na véspera, porém, o tom havia sido mais duro. Em jantar com membros do Partido Republicano, Trump acusou a China de “passar a perna” nos Estados Unidos durante anos e prometeu revidar. “Eles sempre nos passaram a perna. Agora é a nossa vez”, disse.
A disputa entre as duas potências se intensificou com o anúncio do chamado “tarifaço global” por parte dos EUA, com novas taxas de importação para diversos países. No caso da China, os impostos sobre produtos exportados para os EUA chegaram a 125%, após sucessivas rodadas de retaliação de ambos os lados.
A guerra comercial teve início após Trump anunciar um pacote de tarifas que, segundo ele, visava proteger os interesses da indústria americana. Pequim respondeu na mesma moeda, igualando os aumentos tarifários aplicados por Washington.
Além das tarifas, Trump também acusou o governo chinês de manipular sua moeda como estratégia para compensar os impactos das tarifas. “Eles estão manipulando o câmbio para se defender das tarifas”, disse o presidente americano.
Por outro lado, autoridades chinesas classificaram a postura dos EUA como “intimidadora” e “hegemonista”, e prometeram continuar defendendo os interesses nacionais com todos os recursos disponíveis. “A China não quer uma guerra comercial, mas não vai assistir passivamente aos direitos de seu povo sendo violados”, disse um porta-voz do Ministério do Comércio chinês.
Enquanto as tarifas sobem e as trocas de acusações se intensificam, um acordo entre as duas maiores economias do mundo ainda parece distante. O governo chinês reitera sua disposição ao diálogo, mas deixa claro que não aceitará imposições unilaterais. E, do lado americano, Trump segue apostando na pressão máxima para forçar concessões de Pequim.
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