O processo de venda dos ativos do TikTok nos Estados Unidos foi interrompido após o governo chinês indicar que não aprovaria os termos do acordo. A medida ocorre em meio ao aumento das tensões comerciais entre China e Estados Unidos, impulsionado pelo anúncio de novas tarifas pelo presidente Donald Trump.
Na última sexta-feira (4), Trump estendeu por 75 dias o prazo para que a empresa chinesa ByteDance conclua a venda do TikTok a investidores fora da China. Caso contrário, o aplicativo poderá ser banido dos Estados Unidos, conforme determina legislação aprovada em 2024.
O plano previa a criação de uma nova empresa, com sede nos EUA, que administraria o TikTok no país. A ByteDance manteria menos de 20% de participação no novo negócio, enquanto o controle majoritário ficaria com investidores norte-americanos. O modelo havia recebido sinal verde de todas as partes envolvidas, incluindo o governo dos EUA — mas encontrou resistência do governo chinês.
Em comunicado oficial publicado na plataforma WeChat, a ByteDance confirmou que ainda existem divergências sobre pontos-chave do acordo. A empresa destacou que qualquer transação desse porte está sujeita à legislação chinesa e precisa passar por revisão regulatória no país.
A Embaixada da China em Washington reiterou que o país defende os direitos das empresas chinesas e é contra medidas que desrespeitem as regras do mercado. Fontes ligadas à negociação afirmaram que o impasse surgiu após o aumento das tarifas americanas sobre produtos chineses, elevadas para 54% por Trump, o que gerou retaliação imediata de Pequim.
A negociação é acompanhada de perto pela Casa Branca, que avalia propostas de ao menos quatro grupos interessados na compra da operação americana do TikTok. Entre os nomes envolvidos estão o Susquehanna International Group e a General Atlantic, que possuem participação acionária na ByteDance.
De acordo com fontes próximas ao processo, a nova estrutura buscaria manter o TikTok operando normalmente nos EUA, evitando a suspensão do serviço. Hoje, cerca de 170 milhões de americanos utilizam a plataforma.
O ex-presidente democrata Joe Biden havia sancionado a legislação que determinava a venda obrigatória ou a proibição do aplicativo. No entanto, Trump, em seu segundo mandato, optou por renegociar os termos e evitar a retirada imediata do TikTok das lojas de aplicativos, como chegou a ser previsto.
O novo prazo estabelecido por Trump vai até meados de junho, e ainda não há garantias de que a China irá autorizar a transação. Segundo ele, a intenção é “manter o TikTok funcionando” e “chegar a um acordo justo com todas as partes envolvidas”.
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