A Rússia manifestou seu apoio ao Irã diante das recentes ameaças feitas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo declarações da porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, qualquer ataque militar contra o Irã seria considerado "ilegal e inaceitável". Ela ressaltou ainda que bombardear instalações nucleares iranianas traria "consequências catastróficas para o mundo inteiro".
Zakharova defendeu o direito do Irã ao uso pacífico da energia nuclear, garantido pelo Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, e afirmou que a diplomacia deve prevalecer sobre as "visões preconceituosas" ocidentais.
Paralelamente, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, indicou que Moscou está disposta a intermediar um acordo entre os Estados Unidos e o Irã para evitar uma escalada do conflito.
Tensão Internacional e Posicionamento Europeu
As preocupações sobre um possível embate militar também foram expressas por autoridades europeias. O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot, advertiu que a falta de um novo acordo nuclear com o Irã poderia tornar um confronto "quase inevitável" nos próximos meses.
A crise ganhou novos contornos após Trump reiterar sua disposição para retaliar o Irã caso um acordo não seja alcançado. As declarações foram feitas em entrevista ao canal NBC, reacendendo as tensões sobre o programa nuclear iraniano, frequentemente acusado por nações ocidentais de visar a produção de armas nucleares. O governo iraniano, por sua vez, nega essas alegações e defende que seus objetivos são estritamente civis.
Reação Iraniana
O Irã reafirmou que não busca desenvolver armas nucleares, mas alertou que poderia reconsiderar sua postura caso fosse alvo de um ataque americano. O conselheiro do líder supremo iraniano, Ali Larijani, enfatizou que, diante de uma agressão, o país poderia "tomar uma decisão diferente".
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, também reagiu, afirmando que seu país daria uma "resposta firme" a qualquer ofensiva militar contra o território iraniano. Embora não tenha citado diretamente Trump, seu discurso soou como uma resposta às ameaças americanas.
Contexto Histórico e Negociações
O impasse entre Irã e Estados Unidos se intensificou desde que Trump, em 2018, retirou os EUA do acordo nuclear firmado em 2015. Esse acordo previa a limitação do programa nuclear iraniano em troca da flexibilização de sanções econômicas. A saída americana do pacto resultou na retomada de sanções contra o Irã e agravou as tensões diplomáticas entre os dois países.
Atualmente, os canais diplomáticos seguem abertos. O Irã indicou que respondeu a uma carta enviada por Trump, embora não tenha divulgado o teor do documento. O presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, reforçou a disposição do país para negociações indiretas, buscando evitar um desfecho conflituoso.
Com a possibilidade de um novo acordo nuclear se esgotando nos próximos meses, o futuro das relações entre EUA e Irã permanece incerto, enquanto potências como a Rússia e a França tentam mediar uma solução diplomática.
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