Após a inclusão de Jair Bolsonaro e sete aliados como réus no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe, bolsonaristas passaram a enxergar o projeto de anistia como uma ferramenta para pressionar a Corte a suavizar as penas de Bolsonaro e outros envolvidos nos eventos de 8 de janeiro.
Lideranças políticas apontam que o movimento é uma estratégia clara: utilizar a proposta que tramita na Câmara como uma moeda de troca para influenciar as decisões do STF sobre a dosimetria das penas. A ideia seria obter sentenças mais brandas para os acusados, incluindo o ex-presidente.
O projeto de anistia agora está sob a responsabilidade do presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), que possui a chave para decidir se a proposta seguirá ou não para votação. Enquanto isso, articulações políticas sugerem que há apoio suficiente para aprovar a urgência da tramitação, mas a decisão de pautar depende exclusivamente de Motta, que se tornou alvo de pressões dos aliados de Bolsonaro.
A próxima semana promete intensificar essa movimentação na Câmara, com a expectativa de que o avanço do projeto seja visto como uma tentativa final de Bolsonaro de se proteger judicialmente. Embora a aprovação final da proposta no Senado não seja uma prioridade imediata, a estratégia é clara: usar o simples progresso da matéria como um instrumento de pressão política.
Além disso, ao colocar o projeto em discussão, Bolsonaro busca reforçar sua narrativa de perseguição política no cenário internacional, sugerindo que há resistência dentro do Legislativo contra o processo conduzido pelo STF.
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