O avanço da digitalização no setor bancário tem levado ao fechamento acelerado de agências em todo o país, e a Bahia não fica fora desse cenário. Nos últimos cinco anos, mais de 130 agências bancárias foram fechadas no estado, forçando muitos clientes a viajar até 50 quilômetros para realizar serviços como saque. No centro dessa transformação, o Bradesco destaca-se negativamente: somente neste ano, a instituição demitiu em média quase 12 funcionários por dia em todo o Brasil.
Levantamento feito por 11 sindicatos de bancários em diversas regiões do país aponta que, de janeiro a julho de 2025, o Bradesco dispensou 2.466 trabalhadores. Na Bahia e Sergipe, foram 176 demissões nesse período. A categoria planeja um ato nacional de protesto contra esses cortes para a próxima terça-feira (12), buscando chamar atenção para os impactos sociais dessa reestruturação.
Ronaldo Ornelas, diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia, afirma que o fechamento das agências é justificado pelo crescimento das operações digitais, que hoje respondem por 70% das transações bancárias no Brasil. O Pix, por exemplo, foi o meio de pagamento mais utilizado no ano passado, com quase 64 bilhões de operações. No entanto, ele destaca que muitas pessoas, principalmente idosos e moradores do interior, ainda dependem dos serviços presenciais e enfrentam dificuldades com o uso da tecnologia.
Além da Bahia, outras regiões têm visto decisões judiciais suspenderem o fechamento de agências para garantir o acesso aos serviços. No Maranhão, o Tribunal de Justiça determinou a paralisação da extinção de unidades do Bradesco em 16 municípios, atendendo a um pedido do Procon local. O sindicato baiano busca medidas semelhantes para proteger os consumidores e trabalhadores.
Entre 2020 e maio de 2025, o estado da Bahia perdeu 134 agências bancárias — cerca de uma a cada 15 dias. Essa redução impacta diretamente quase metade das cidades baianas, que já não possuem nenhuma agência, dificultando o acesso a serviços financeiros básicos para boa parte da população.
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