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Lideranças de direita evitam palanque de Bolsonaro em manifestação no Rio

Aliados se distanciam de Bolsonaro enquanto disputa pelo eleitorado de direita se intensifica

17/03/2025 11h18
Por: Diário da Feira
Fonte: Veja
Foto: YouTube/Reprodução
Foto: YouTube/Reprodução

No último domingo (16), o ex-presidente Jair Bolsonaro reuniu aliados em um ato político na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Entre os presentes no trio elétrico estavam figuras como os governadores Cláudio Castro (PL-RJ) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), além do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). No entanto, a ausência de outras lideranças da direita chamou atenção, especialmente de políticos que, no passado, estiveram próximos do ex-presidente.

Ausências estratégicas

Dentre os nomes que optaram por não comparecer ao evento está a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Segundo informações, Michelle justificou sua ausência ao portal Metrópoles alegando estar em recuperação de um procedimento cirúrgico estético.

Outros nomes de destaque da direita também não estiveram presentes, mesmo sem compromissos oficiais agendados. Os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Ratinho Júnior (PSD-PR) e Romeu Zema (Novo-MG) não compareceram ao ato. As ausências ocorreram em um momento no qual Bolsonaro enfrenta investigações e um crescente cerco da Justiça. Nos bastidores, esses líderes políticos têm buscado se distanciar do ex-presidente enquanto tentam consolidar suas próprias trajetórias políticas para as eleições de 2026.

Movimentações políticas e disputa pelo eleitorado de direita

Na noite do mesmo domingo, Ronaldo Caiado defendeu a anistia aos presos pelos ataques de 8 de janeiro de 2023, tema central da manifestação bolsonarista. O governador de Goiás ainda mencionou o evento em Copacabana em uma postagem no Instagram, sem, no entanto, explicar sua ausência. Sua relação com Bolsonaro ficou mais distante desde que anunciou sua pré-candidatura à Presidência em fevereiro deste ano, poucos dias após a Procuradoria-Geral da República apresentar uma denúncia contra o ex-presidente.

Romeu Zema, por sua vez, também é favorável à anistia dos envolvidos no 8 de janeiro, mas preferiu não comentar o ato no Rio de Janeiro ou sua ausência. Esta foi a segunda vez consecutiva que Zema evitou manifestações de apoio a Bolsonaro, tendo se ausentado também do evento realizado no dia 7 de setembro em São Paulo. O governador mineiro tem adotado uma postura mais independente e vem se desentendendo com o bolsonarismo, especialmente ao rejeitar o nome do senador Cleitinho (Republicanos-MG) para sua sucessão em Minas Gerais, preferindo apoiar seu vice-governador, Mateus Simões (Novo).

No Paraná, Ratinho Júnior seguiu a mesma linha e não fez declarações sobre o ato em Copacabana. Apesar disso, ele tem um encontro agendado com Bolsonaro para o dia 4 de abril, em Curitiba, onde devem oficializar a candidatura do deputado federal Filipe Barros (PL-PR) ao Senado. Em 2024, Ratinho e Bolsonaro articularam uma aliança entre PSD e PL, que resultou na eleição de Eduardo Pimentel (PSD) para a prefeitura da capital paranaense.

Sergio Moro evita evento, mas defende anistia

Outro nome que não compareceu ao evento, mas se manifestou sobre o tema, foi o senador Sergio Moro (União Brasil-PR). Pelas redes sociais, ele reiterou seu apoio à anistia dos condenados pelos ataques de 8 de janeiro. “As punições são excessivas e arbitrárias. Não estarei em Copacabana, mas essa é minha posição”, publicou no X (antigo Twitter).

Ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Moro rompeu com o ex-presidente em 2020, acusando-o de interferência na Polícia Federal. No entanto, em 2022, reaproximou-se do bolsonarismo e apoiou Bolsonaro na campanha presidencial. Em entrevistas recentes, o senador afirmou que considera os atos de vandalismo do 8 de janeiro reprováveis, mas questiona a narrativa de que teriam sido parte de uma tentativa de golpe de Estado.

Cenário político em transição

A ausência dessas lideranças na manifestação de Bolsonaro reflete o atual cenário político da direita no Brasil. Com o ex-presidente enfrentando investigações e um cenário jurídico incerto, parte de seus antigos aliados busca se reposicionar, equilibrando o apoio à sua base eleitoral sem se vincular diretamente aos problemas legais de Bolsonaro. A movimentação dessas figuras indica que a disputa pelo eleitorado conservador em 2026 já começou e pode trazer novos desdobramentos nos próximos meses.

 

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