O ex-presidente Jair Bolsonaro reuniu milhares de apoiadores na manhã deste domingo (16) na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, em um ato público pela anistia dos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023. O evento contou com a presença de políticos aliados, incluindo seus filhos Eduardo, Carlos e Flávio Bolsonaro, além de governadores e parlamentares.
Entre os participantes estavam os governadores Cláudio Castro (PL-RJ) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), além de parlamentares como os senadores Magno Malta (PL-ES) e Flávio Bolsonaro, e os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG), Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Rodrigo Valadares (União-SE). O pastor Silas Malafaia, aliado de Bolsonaro e organizador do ato, também marcou presença e discursou para os manifestantes.
Durante os discursos, diversos participantes reforçaram o pedido de anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro. Flávio Bolsonaro afirmou que a aprovação da anistia está próxima e criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Nikolas Ferreira também fez críticas ao STF, enquanto Cláudio Castro destacou o apoio majoritário de Bolsonaro no estado do Rio de Janeiro.
Tarcísio de Freitas, visto como um dos principais nomes da direita para as eleições de 2026, defendeu a anistia e criticou o governo atual, citando temas como inflação e aumento do custo de vida. Ele destacou conquistas da gestão Bolsonaro, como o Pix, e afirmou que há um projeto para "libertar o país da esquerda".
Silas Malafaia foi um dos oradores mais enfáticos e atacou diretamente Moraes, questionando o inquérito das Fake News e a delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Malafaia também acusou o Judiciário de agir com celeridade seletiva ao julgar casos contra Bolsonaro e seus aliados.
O evento atraiu uma grande quantidade de apoiadores, muitos vestindo roupas nas cores verde e amarela e carregando bandeiras do Brasil. Ambulantes venderam camisetas, leques e outros artigos personalizados com símbolos bolsonaristas. O ambiente foi marcado por discursos inflamados, músicas de campanha e referências religiosas, com comparações entre os réus do 8 de janeiro e figuras bíblicas.
Cartazes exibidos pelos manifestantes traziam mensagens de apoio aos presos, incluindo nomes de alguns condenados e frases pedindo liberdade. Um dos cartazes fazia referência ao caso de Núbia Tavares, sentenciada a 17 anos de prisão, com a frase "Ainda estou aqui", em alusão ao filme premiado sobre a ditadura militar.
A manifestação marcou também a reaproximação pública entre Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Valdemar, que estava impedido de se comunicar com Bolsonaro devido a uma decisão do STF, teve as medidas cautelares revogadas na última semana, permitindo sua presença no ato. Em seu discurso, Valdemar expressou confiança na possibilidade de Bolsonaro disputar futuras eleições e criticou a atual situação econômica do país.
O ato de Copacabana foi o quarto grande evento convocado por Bolsonaro desde que deixou a presidência e reforça sua estratégia de manter mobilizados seus apoiadores. A manifestação ocorre em um momento crucial, com Bolsonaro inelegível por oito anos e enfrentando uma possível denúncia no STF por tentativa de golpe. A defesa da anistia aos presos do 8 de janeiro se tornou uma bandeira prioritária para a direita brasileira, enquanto o debate sobre o tema segue no Congresso Nacional.
A movimentação política de Bolsonaro e seus aliados indica uma preparação para os próximos anos, com possíveis candidaturas alternativas dentro do espectro conservador, caso o ex-presidente permaneça fora das eleições.
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