Desde o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, em janeiro, países como Brasil, México, Colômbia, Panamá e Canadá têm enfrentado crescente pressão política e econômica da Casa Branca. A estratégia, apelidada de tarifaço, combina tarifas comerciais elevadas, ameaças de retaliação e exigências diplomáticas que, segundo analistas, colocam em xeque a soberania dessas nações.
No Canadá, a polêmica começou com declarações de Trump sugerindo a anexação do país como o 51º estado americano — proposta rejeitada pelo premiê Mark Carney, que reforçou o compromisso de proteger a independência nacional. Mesmo assim, o país negocia para evitar aumento de tarifas.
O Panamá, alvo de críticas sobre o controle do Canal, recusou inicialmente a concessão de privilégios aos EUA, mas acabou cedendo ao permitir o envio de tropas e o uso facilitado da hidrovia.
No México, a presidente Claudia Sheinbaum reafirmou que “o país não está subordinado a ninguém”, embora tenha aceitado reforçar a segurança na fronteira e extraditar líderes do narcotráfico, em resposta às pressões.
Na Colômbia, o presidente Gustavo Petro resistiu às exigências de aceitar deportados dos EUA, mas recuou após a ameaça de tarifas de até 50% sobre produtos colombianos.
O Brasil entrou mais recentemente no alvo, com a aplicação de tarifas de 50% sobre exportações estratégicas. O governo classificou a medida como violação das regras da OMC e ameaça à soberania econômica, acionando formalmente a organização para contestar a decisão. Especialistas apontam que o objetivo de Trump vai além do comércio, envolvendo interesses como a limitação de regulamentações de grandes empresas de tecnologia e o acesso a recursos estratégicos.
Para analistas, a pressão tende a se intensificar até as eleições de 2026, especialmente se governos latino-americanos continuarem adotando uma postura de independência frente a Washington.
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