China e Brasil buscam parceria para fortalecer autossuficiência global, afirma Xi Jinping

O presidente da China, Xi Jinping, declarou nesta segunda-feira (11) o interesse em estreitar a cooperação com o Brasil para que ambos se tornem símbolos de unidade e autossuficiência entre os países do Sul Global. Em uma conversa telefônica com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Xi reforçou o compromisso de construir um mundo mais justo e sustentável.

Segundo a agência estatal chinesa Xinhua, a ligação durou cerca de uma hora e abordou temas como relações bilaterais, conjuntura internacional e a importância do multilateralismo. Lula solicitou a conversa em um momento em que os Estados Unidos elevaram tarifas sobre produtos brasileiros.

Xi Jinping afirmou que as relações entre Brasil e China estão no melhor momento histórico, destacando avanços no alinhamento das estratégias de desenvolvimento e cooperação mútua. O líder chinês expressou apoio à soberania brasileira e criticou o unilateralismo e o protecionismo, convocando países a se unirem contra essas práticas.

No encontro, ambos os presidentes reforçaram o papel do G20 e do BRICS para promover a agenda do Sul Global. A parceria estratégica bilateral visa ampliar cooperação em áreas como saúde, petróleo e gás, economia digital e tecnologia espacial.

Xi também parabenizou o Brasil pela recente organização da cúpula do BRICS e destacou a importância da cooperação para enfrentar desafios globais, incluindo o sucesso da COP 30 em Belém e iniciativas de paz, como a resolução da crise na Ucrânia.

Lula, por sua vez, ressaltou a relevância das relações com a China, a defesa do multilateralismo e do comércio livre e justo, e reafirmou o compromisso de fortalecer o diálogo entre os dois países em fóruns internacionais.

Em declarações no Palácio do Planalto, o presidente brasileiro enfatizou a necessidade do Brasil manter sua soberania em um cenário global mais complexo e tenso. Ele também mencionou que o governo está preparando respostas ao aumento das tarifas dos EUA, buscando proteger a economia nacional e preservar espaço para negociações futuras.