Diante do novo pacote de tarifas imposto pelos Estados Unidos a produtos estrangeiros, o governo brasileiro tem buscado alternativas para reduzir o impacto econômico da medida, com foco no fortalecimento das relações comerciais dentro do Brics — bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Durante reunião temática sobre agricultura, em Brasília, o ministro Carlos Fávaro defendeu a ampliação do comércio entre os países do Brics como resposta ao protecionismo adotado pelo governo de Donald Trump. O Brasil ocupa neste ano a presidência rotativa do bloco e tem promovido encontros para tratar de temas como meio ambiente, finanças e trabalho.
“Essa postura dos Estados Unidos nos estimula ainda mais a estreitar os laços dentro do Brics. Diante de medidas protecionistas tão agressivas, é fundamental diversificarmos nossos parceiros comerciais e ampliarmos nossas oportunidades com países aliados”, afirmou o ministro.
Para identificar novas possibilidades de negócios, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) elaborou um estudo com mais de 1,6 mil produtos brasileiros com potencial de exportação para os países do bloco. Os mercados que mais se destacaram nesse mapeamento foram:
África do Sul: 582 produtos;
China: 400;
Índia: 388;
Rússia: 231.
Entre os setores com maior potencial estão proteína animal, alimentos processados e rochas ornamentais. Segundo a Apex, o saldo comercial entre Brasil e os demais países do Brics é positivo para o Brasil — em 2024, o país exportou US$ 102,5 bilhões e importou US$ 82,1 bilhões, gerando superávit de US$ 20,4 bilhões.
Enquanto busca ampliar sua presença no Brics, o governo brasileiro também investe em outras frentes. Entre os dias 23 e 30 de abril, representantes da Apex e do Ministério das Relações Exteriores visitarão países europeus para fortalecer o acordo entre Mercosul e União Europeia, assinado em 2024 após décadas de negociação. A missão passará por Portugal, Polônia e Bélgica, acompanhada de empresários dos setores de frutas e café.
Além disso, o presidente Lula tem viagem marcada para a China em maio, onde participará de um encontro entre a Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) e o governo de Xi Jinping. A expectativa é ampliar a cooperação econômica e atrair investimentos chineses em infraestrutura e logística.
Com a imposição das novas tarifas pelos EUA, o Brasil intensifica a busca por alternativas no mercado global. O Brics surge como peça-chave nessa estratégia, com potencial para abrir novos caminhos às exportações brasileiras em um cenário internacional cada vez mais desafiador.
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