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Demissões/Bancárias

Mais de 1,6 mil bancários foram demitidos na Bahia com fechamento de agências

Bradesco lidera demissões entre bancos na Bahia desde 2020

26/06/2025 08h12
Por: Diário da Feira
Fonte: Correio da Bahia
Crédito: Reprodução
Crédito: Reprodução

Entre janeiro de 2020 e junho de 2025, mais de 1.600 bancários foram demitidos na Bahia, segundo levantamento do Sindicato dos Bancários da Bahia. A principal causa é o fechamento em massa de agências no estado, especialmente no interior, onde os impactos são mais profundos. Ao todo, 1.651 trabalhadores perderam seus empregos, contrariando promessas de realocação feitas pelos bancos.

O Bradesco lidera a lista de demissões, com 706 funcionários dispensados em menos de cinco anos. O banco também foi o que mais fechou agências na Bahia no período recente, encerrando operações em 36 cidades entre outubro de 2023 e março de 2024. Desde 2022, a empresa vem implementando um processo de reestruturação que prioriza o atendimento digital e visa a redução de custos operacionais.

De acordo com Ronaldo Ornelas, diretor do sindicato, o argumento da realocação de funcionários nem sempre se concretiza: "Os bancos dizem que os funcionários serão redistribuídos, mas, na prática, isso não acontece. Sobram cargos repetidos nas novas estruturas, o que leva inevitavelmente às demissões".

Além do Bradesco, outros bancos com altos índices de desligamentos incluem Itaú (344), Santander (219) e Safra (137). As demissões têm sido acompanhadas pelo fechamento de unidades em cidades onde, muitas vezes, o banco era a única instituição financeira. Em Rio do Pires e Palmeiras, por exemplo, o encerramento das agências obrigou os moradores a viajarem cerca de 50 quilômetros para acessar serviços bancários.

A ausência de agências afeta diretamente a população: dos 417 municípios baianos, 199 não possuem qualquer unidade bancária, o que representa quase 48% do estado sem acesso a atendimento presencial.

Em maio, o Sindicato dos Bancários e o Procon-BA realizaram uma reunião para discutir os prejuízos da reestruturação bancária. O órgão avalia acionar o Ministério Público Estadual, buscando medidas judiciais semelhantes às adotadas no Maranhão, onde a Justiça suspendeu o fechamento de agências do Bradesco em 16 municípios.

Para Thaise Mascarenhas, vice-presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, os bancos deixaram de cumprir sua função social. "Com a digitalização, os clientes passaram a pagar tarifas para se autoatender, enquanto os bancos aumentam seus lucros e reduzem a presença física nas comunidades", afirma.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban), por sua vez, alega que não tem dados sobre o fechamento de agências na Bahia, mas reconhece que há uma migração acelerada para os canais digitais, impulsionada por mudanças no comportamento dos consumidores.

Enquanto isso, a digitalização avança, os cortes continuam, e milhares de trabalhadores e moradores do interior seguem sem respostas concretas.

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