A morte da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, comoveu o mundo e ganhou destaque em veículos de imprensa de diversos países. A jovem, natural de Niterói (RJ), desapareceu no último sábado (21) enquanto fazia uma trilha no Monte Rinjani, um vulcão ativo localizado na Ilha de Lombok, na Indonésia. Seu corpo foi encontrado nesta terça-feira (24), após quatro dias de intensas buscas marcadas por neblina densa e terreno extremamente acidentado.
Juliana estava em um mochilão pela Ásia desde fevereiro, e já havia passado por países como Filipinas, Vietnã e Tailândia. Formada em Publicidade pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ela também atuava como dançarina de pole dance. A viagem era descrita por amigos como a realização de um sonho.
Segundo relatos da família, a jovem teria pedido uma pausa durante a trilha por exaustão, ficando para trás do grupo acompanhado por dois guias. Um deles, ao perceber sua ausência, retornou e encontrou sinais de que ela havia despencado por uma encosta íngreme, caindo de uma altura superior a 480 metros. O resgate foi dificultado por neblina intensa e a geografia hostil da região.
A comoção causada pela tragédia no vulcão foi amplamente repercutida na imprensa internacional. O tabloide britânico The Sun destacou o caso com a manchete "Tragédia no vulcão", relatando que Juliana estava desaparecida havia quatro dias. Já o Daily Mail lembrou que turistas ouviram seus gritos de socorro pouco antes da queda.
Na Argentina, o Clarín e o La Nación trouxeram detalhes das operações de resgate e relataram o fechamento temporário do parque nacional para facilitar a busca. A BBC, do Reino Unido, e a CBS News, dos Estados Unidos, enfatizaram os desafios enfrentados pelas equipes de resgate e reproduziram mensagens emocionadas da família nas redes sociais.
O New York Times contextualizou a beleza e o risco do Monte Rinjani, o segundo vulcão mais alto da Indonésia, e descreveu a paisagem como uma das mais procuradas por trilheiros e aventureiros. Já a RTL Deutschland, da Alemanha, e a SIC Notícias, de Portugal, destacaram que Juliana foi deixada sozinha por mais de uma hora antes do acidente, o que levantou questionamentos sobre a conduta dos guias.
A atuação das autoridades também foi alvo de críticas. O Itamaraty confirmou que a embaixada brasileira em Jacarta atuou junto ao governo indonésio, mas admitiu falhas na transmissão de informações à família. O próprio embaixador do Brasil na Indonésia, George Monteiro Prata, reconheceu que chegou a repassar informações incorretas, acreditando serem verdadeiras, e pediu desculpas publicamente.
A família de Juliana questiona a falta de medidas imediatas, como o fechamento da trilha após o acidente, e acusa negligência por parte dos organizadores da trilha e do guia que deixou a jovem sozinha.
Juliana Marins deixa familiares, amigos e seguidores que acompanhavam sua jornada pela Ásia com mensagens de encorajamento e liberdade. Sua morte levanta reflexões sobre a segurança de turistas em trilhas remotas, a responsabilidade de guias locais e a importância de uma rede de apoio eficiente para viajantes em regiões de risco.
A tragédia no vulcão não apenas interrompeu o sonho de uma jovem brasileira, como também reacendeu o debate sobre protocolos de segurança em destinos turísticos de aventura ao redor do mundo.
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