As festas juninas são celebradas com muita animação e uma mesa repleta de delícias típicas. Porém, neste ano, o atraso nas chuvas durante fevereiro e março prejudicou significativamente as safras de milho e amendoim — ingredientes indispensáveis para as comemorações que reúnem familiares e amigos ao som do forró.
Essas culturas têm ciclos produtivos curtos, com colheitas ocorrendo cerca de três meses após o plantio, que normalmente é feito no início do período chuvoso, em março. Diante da falta de chuva, muitos produtores tiveram que recorrer à irrigação, um método que eleva os custos de produção.
No Centro de Abastecimento, a vendedora Damile Santana explicou que o milho verde e o amendoim disponíveis foram importados de Sergipe, o que encareceu ainda mais os produtos. Ela relatou que a saca de amendoim está sendo vendida por R$ 400, valor superior ao praticado no ano passado, quando custava R$ 300. O balde com capacidade para cinco litros sai por R$ 15. O milho, por sua vez, está cotado a R$ 80 a saca com cem espigas, enquanto no varejo oito espigas custam R$ 10. Segundo Damile, a tendência é de que esses preços continuem subindo nas próximas semanas.
Ariosvaldo da Silva, vendedor de amendoim no atacado, traz sua mercadoria do município de São Felipe, no Recôncavo Baiano. Ele cobra R$ 250 pela saca de 60 litros e acredita que as vendas devem crescer com a aproximação do São João. Contudo, alerta que a seca provocou uma queda significativa na produção local, o que deve pressionar ainda mais os preços neste ano.
Com o aumento dos valores, as tradicionais receitas juninas — como amendoim cozido ou torrado e milho assado — poderão ser servidas em quantidades menores, uma forma de amenizar os custos para os consumidores.
A baixa oferta local, causada pela falta de chuvas, obriga os comerciantes a buscarem produtos em outras regiões que utilizam irrigação, prática que eleva ainda mais o preço final. De acordo com vendedores do Centro de Abastecimento, a expectativa é de que a alta nos preços se intensifique à medida que o período festivo se aproxima, diante da maior demanda e da menor oferta em 2024.
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