A divulgação recente de uma pesquisa que aponta Feira de Santana entre as cidades mais violentas do Brasil reacendeu o debate sobre segurança pública na Câmara Municipal. O vereador Lulinha da Gente (União) foi um dos primeiros a se manifestar, classificando como “inaceitável” o fato de a cidade continuar figurando entre os piores índices de criminalidade do país entre municípios com mais de 100 mil habitantes.
Para o parlamentar, a situação não se resume a homicídios. Segundo ele, a população também sofre com crimes como furtos de celulares, roubos de veículos e ameaças à liberdade de ir e vir. Lulinha relatou que muitos moradores, especialmente em áreas rurais, têm evitado sair de casa no fim da tarde, por medo de assaltos ou violência. “As pessoas estão se recolhendo às 16h, 17h. Não se vê mais ninguém na porta de casa na zona rural. Isso é reflexo do avanço da criminalidade no campo”, alertou.
Crítico da atual gestão estadual, o vereador responsabilizou o governador Jerônimo Rodrigues (PT) pela falta de ações concretas para conter o problema em Feira. Ele cobrou mais planejamento e medidas voltadas especificamente para o município: “Ao invés de visitar tantas cidades do interior, o governador deveria sentar com sua equipe e apresentar um plano eficaz para Feira. Não podemos continuar nessa situação”.
Na mesma linha, o vereador Ismael Bastos (PL) destacou que a segurança pública, junto à saúde e educação, representa um dos pontos mais frágeis da atual administração estadual. Segundo ele, a sensação de insegurança é tão grande que “os cidadãos de bem estão presos dentro de casa enquanto os criminosos circulam livremente”.
Já o líder da oposição na Câmara, Professor Ivamberg (PT), adotou um tom mais conciliador e defendeu uma abordagem mais ampla. Para ele, o combate à violência não deve ser visto apenas como responsabilidade do Executivo. “A complexidade do problema exige o envolvimento de toda a sociedade. A violência tem múltiplas causas, incluindo o uso de drogas, e não pode ser resolvida por decreto”, afirmou.
Ivamberg ainda sugeriu que os parlamentares locais também procurem seus representantes em outras esferas do poder para buscar soluções conjuntas. “Todos podemos contribuir de alguma forma. É um erro esperar que tudo venha apenas do governador”, concluiu.
O debate deve seguir em pauta nas próximas sessões legislativas, com expectativa de novas propostas e possíveis encaminhamentos para enfrentar a escalada da violência no município.
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