A energia elétrica começou a ser restabelecida nesta segunda-feira (28) em diversas regiões da Espanha e de Portugal, depois de um apagão que afetou grande parte da Península Ibérica. Imagens nas redes sociais mostram moradores comemorando a volta da eletricidade.
O blecaute causou uma série de transtornos: voos foram cancelados, o transporte público ficou paralisado e hospitais suspenderam procedimentos de rotina. Diante da gravidade da situação, o Ministério do Interior da Espanha declarou emergência nacional e mobilizou 30 mil policiais para garantir a ordem. Reuniões emergenciais foram convocadas pelos governos dos dois países para lidar com a crise.
Ainda não há uma causa confirmada para o apagão. Autoridades portuguesas sugeriram que a falha teve origem na Espanha, enquanto o governo espanhol apontou para uma desconexão na ligação com a França. O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, afirmou que não há indícios de ataque cibernético, embora rumores de sabotagem tenham surgido. Já o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, revelou que o país perdeu cerca de 15 GW de geração de energia em apenas cinco segundos — o equivalente a 60% da demanda nacional.
De acordo com João Conceição, da operadora portuguesa REN, o problema teria começado com uma oscilação no sistema espanhol, que se propagou para Portugal. A REE, operadora espanhola, confirmou que uma falha na conexão com a França foi o gatilho para o colapso do sistema elétrico.
Em algumas regiões, como o País Basco e Barcelona, a energia começou a ser restabelecida ainda durante a tarde. Em Madri, a iluminação pública voltou à noite. Segundo a operadora nacional, cerca de 61% da energia havia sido restaurada até o fim do dia. Já em Portugal, a REN informou que 85 das 89 subestações de energia voltaram a operar normalmente.
Apesar do avanço, as autoridades recomendaram que a população evitasse sair às ruas, especialmente em Madri, onde o prefeito José Luis Martínez-Almeida pediu cautela devido à falta de iluminação pública em vários bairros.
O apagão teve efeitos amplos: hospitais suspenderam atendimentos não urgentes, refinarias interromperam operações e redes de varejo, como Lidl e IKEA, fecharam suas portas. Em Portugal, o metrô foi paralisado em Lisboa e no Porto, enquanto o transporte ferroviário foi interrompido em ambos os países.
Problemas também foram registrados no trânsito, com semáforos desligados e agentes improvisando a sinalização em cruzamentos. A internet sofreu queda de 90% em Portugal e 80% na Espanha, segundo o Cloudflare Radar.
A crise energética lembrou eventos históricos, como o apagão que atingiu a Itália em 2003 e o corte de energia que afetou vários países europeus em 2006.
As investigações sobre as causas exatas do blecaute seguem em andamento, enquanto a prioridade das autoridades é restabelecer totalmente o fornecimento e evitar novos episódios.
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