Parlamentares da base governista protocolaram, na quarta-feira (20), um requerimento para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja convocado a prestar depoimento na CPMI do INSS. A iniciativa partiu dos deputados Alencar Santana (PT-SP), Paulo Pimenta (PT-RS) e Rogério Correia (PT-MG).
O pedido se apoia em declarações do senador Izalci Lucas (PL-DF), que afirmou ter informado Bolsonaro, ainda em 2018, sobre possíveis fraudes envolvendo descontos irregulares em benefícios previdenciários. Para os deputados, é necessário esclarecer o quanto o ex-presidente sabia e quais providências tomou diante das denúncias.
O movimento ocorre após uma reviravolta na composição da CPMI. A oposição conseguiu articular maioria e garantiu a presidência ao senador Carlos Viana (Podemos-MG), aliado de Bolsonaro, desbancando o acordo inicial que previa o senador Omar Aziz (PSD-AM) no comando.
Na relatoria, o governo também saiu enfraquecido. O cargo ficou com o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), escolhido pelo presidente da comissão, contrariando a expectativa do Planalto, que trabalhava pelo nome de Ricardo Ayres (Republicanos-TO).
O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), admitiu falhas na articulação e assumiu responsabilidade pela derrota. Após a votação, ele se reuniu com a ministra Gleisi Hoffmann para redefinir estratégias. Ficou acordado que Paulo Pimenta assumirá a coordenação governista na comissão, enquanto o deputado Duarte Júnior (PSB-MA) ocupará a vice-presidência.
A CPMI foi criada em junho deste ano por iniciativa da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e da deputada Coronel Fernanda (PL-MT), com apoio de 44 senadores e 249 deputados. O colegiado apura denúncias de irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social e deve se tornar palco de embates políticos entre governo e oposição.
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