O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou nesta quarta-feira (3) que o governo Trump “não vai parar por aqui” após o ataque de forças americanas a uma embarcação no Caribe. A ação, segundo Washington, tinha como alvo um barco vindo da Venezuela, supostamente ligado ao grupo criminoso Tren de Aragua e carregado com drogas.
Durante entrevista à emissora Fox News, Hegseth rebateu as críticas de que a ofensiva teria sido encenada. Ele garantiu que o ataque foi acompanhado em tempo real e enviou um recado direto ao presidente Nicolás Maduro. “A única pessoa que deveria estar preocupada é Maduro, que precisa decidir se ainda quer ser um narcotraficante”, afirmou.
O episódio reforça a escalada de tensões entre os dois países. Nos últimos dias, os EUA enviaram ao sul do Caribe sete navios de guerra, um submarino nuclear e aeronaves de vigilância. A justificativa oficial é o combate ao tráfico de drogas, mas especialistas apontam que o aparato militar é mais compatível com uma possível operação de maior alcance.
Trump, que foi o primeiro a anunciar a ação, classificou o alvo como “narcoterroristas” ligados a Maduro e alertou outros grupos a “não tentarem levar drogas para os Estados Unidos”. Horas depois, o presidente venezuelano negou o ataque e afirmou que o vídeo divulgado era falso, supostamente feito por inteligência artificial.
O governo venezuelano acusa Washington de usar o combate ao tráfico como pretexto para tentar uma mudança de regime. Maduro afirmou que, em caso de agressão, o país entrará em luta armada para defender seu território. Ele classificou a movimentação militar dos EUA como “a maior ameaça à América Latina no último século”.
Apesar das declarações duras, a Casa Branca mantém ambiguidades sobre uma intervenção direta. Porta-vozes já afirmaram que Trump usará “toda a força” contra Maduro, mas evitam confirmar se há planos de invasão.
Por enquanto, o Caribe segue como palco de uma disputa que vai além do narcotráfico e reflete o aprofundamento da crise política entre EUA e Venezuela.
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