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Defesa de Bolsonaro nega ligação a planos golpistas 

Os advogados Celso Vilardi e Paulo Cunha Bueno alegaram ausência de provas, criticaram a validade das delações e denunciaram dificuldades de acesso ao material processual

03/09/2025 13h07
Por: Diário da Feira
Fonte: Diário da Feira

 

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou, nesta quarta-feira (3), seus argumentos no julgamento da chamada trama golpista, em curso na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Os advogados Celso Vilardi e Paulo Cunha Bueno alegaram ausência de provas, criticaram a validade das delações e denunciaram dificuldades de acesso ao material processual.

Vilardi, afirmou que não há elementos que conectem o ex-presidente a planos como o “Punhal Verde e Amarelo”, a “Operação Luneta” ou os ataques de 8 de janeiro. Ele destacou que nem mesmo o delator Mauro Cid teria implicado Bolsonaro diretamente. “Não há uma única prova que vincule o presidente ao Punhal Verde e Amarelo, Operação Luneta e ao 8 de Janeiro”, declarou.

Minuta do golpe

Vilardi também negou que Bolsonaro tenha participado da elaboração do documento que sugeria a decretação de estado de sítio após as eleições de 2022. “Chega a ser pueril achar que ele foi aos Estados Unidos, voltou e deixou uma minuta na mesa”, ironizou o advogado.

Cerceamento de defesa

Outro ponto central da manifestação foi a alegação de dificuldades de acesso às provas. A defesa afirmou ter recebido cerca de 70 terabytes de material — entre celulares, computadores e documentos digitalizados — pouco antes do início da instrução processual, sem tempo hábil para análise detalhada. “Nós não tivemos o tempo que o Ministério Público e a Polícia Federal tiveram. Pela primeira vez, não conheço a íntegra desse processo”, disse Vilardi.

O advogado Paulo Cunha Bueno, segundo a falar, afirmou que a acusação não apresentou evidências de violência ou grave ameaça, requisitos previstos para crimes contra o Estado Democrático de Direito. Segundo ele, a PGR estaria tentando ampliar o alcance do tipo penal. “Uma live realizada em 2021 é um ato violento ou uma grave ameaça? Evidentemente que não”, questionou.

Reunião com militares

Bueno também rebateu a versão de que Bolsonaro teria sido contido pela resistência de comandantes militares em dezembro de 2022. Para o advogado, se tivesse realmente a intenção de prosseguir com um golpe, o então presidente poderia ter substituído os chefes das Forças Armadas

Pedido de absolvição

Ao encerrar a fala, Bueno pediu a absolvição de Bolsonaro, comparando o julgamento ao caso Dreyfus, episódio histórico de condenação injusta ocorrido na França no século XIX. "A absolvição do presidente Bolsonaro é imperiosa para que não tenhamos a nossa versão do caso Dreyfus", declarou.

Julgamento em andamento

A Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes (relator), Cristiano Zanin, Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia, julga Bolsonaro e outros sete réus acusados de crimes como golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada e deterioração de patrimônio tombado.

*Metro1
Foto: Rosinei Coutinho/STF

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