O primeiro-ministro francês, François Bayrou, formalizou sua renúncia ao presidente Emmanuel Macron nesta terça-feira (9), intensificando a crise política que afeta o governo francês. Bayrou se tornou o quarto premiê a deixar o cargo em menos de dois anos.
A decisão ocorre um dia após o Parlamento aprovar sua destituição, em uma votação marcada por divisões e forte oposição à gestão de Macron. Bayrou chegou ao Palácio do Eliseu por volta das 13h30, horário local, e deixou o local cerca de uma hora depois. Poucos minutos após sua saída, o governo confirmou oficialmente a renúncia em comunicado publicado no site oficial.
A saída do primeiro-ministro está ligada à incapacidade de aprovar o orçamento de 2026, marcado por cortes de 44 bilhões de euros, e ao crescente endividamento do país, que atingiu 113,9% do PIB — quase o dobro do limite estabelecido pela União Europeia. A oposição parlamentar também pressionou Macron para que considerasse renúncia e eleições antecipadas.
O sucessor de Bayrou será anunciado nos próximos dias, mas ainda não há prazo definido. O novo premiê terá o mesmo desafio que seu antecessor: equilibrar as finanças francesas e garantir a aprovação do Orçamento. Entre os nomes cotados estão: Eric Lombard (ministro das Finanças), Bernard Cazeneuve (ex-primeiro-ministro socialista), Pierre Moscovici (chefe do Tribunal de Contas) e Sébastien Lecornu (ministro da Defesa).
A renúncia de Bayrou gerou celebrações em algumas cidades francesas e mobilizações nas redes sociais. O movimento Bloquons Tout (“Vamos bloquear tudo”) planeja protestos em todo o país no dia 10 de setembro, enquanto sindicatos convocaram greves e manifestações para o dia 18.
A situação evidencia a fragilidade do governo de Macron e coloca o presidente sob intensa pressão política, em um momento decisivo para o futuro da administração.
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