Um dia depois de drones russos terem violado o espaço aéreo da Polônia, a Otan anunciou, nesta quinta-feira (11), o envio de tropas e equipamentos da Alemanha para reforçar a segurança no leste europeu. A medida inclui a instalação permanente de uma brigada alemã na Lituânia, país que faz fronteira com a Polônia e com Kaliningrado, enclave russo.
De acordo com o tenente-general Alexus Grynkewich, comandante supremo aliado na Europa, o movimento representa um “passo importante para fortalecer a dissuasão e a defesa da aliança”. A brigada contará com diferentes forças militares, incluindo tanques e artilharia, e terá como missão monitorar e proteger a região de possíveis novas agressões.
Na noite de quarta (10), caças da Otan ajudaram as forças polonesas a abater drones que cruzaram o território do país. O premiê Donald Tusk afirmou que ao menos 19 violações aéreas foram registradas em sete horas, algumas delas vindas da Belarus. Um dos drones chegou a atingir uma casa na região de Lublin, sem deixar feridos.
O incidente foi considerado uma das mais graves provocações militares da Rússia contra um país-membro da Otan desde o início da guerra na Ucrânia. Em resposta, a Polônia acionou o Artigo 4 do tratado, que prevê consultas emergenciais entre aliados em caso de ameaça à segurança de qualquer integrante.
O Kremlin minimizou o episódio e rejeitou acusações de provocação. O porta-voz Dmitry Peskov declarou que a Rússia não teve como alvo a Polônia e criticou a retórica da União Europeia e da Otan, classificando-a como “repetitiva e infundada”. Ainda assim, o Ministério da Defesa russo afirmou estar disposto a dialogar com as autoridades polonesas.
Enquanto isso, países europeus intensificaram sua reação diplomática: a Holanda convocou o embaixador russo, e a Espanha chamou o encarregado de negócios de Moscou para dar explicações.
Os países bálticos — Lituânia, Letônia e Estônia — são vistos como os mais vulneráveis a avanços russos. Em agosto, um drone russo já havia caído em território lituano. Para especialistas, o incidente na Polônia acendeu um alerta sobre a capacidade da Otan de responder a ataques híbridos, que combinam drones, mísseis e operações de desinformação.
“O recado é claro: estamos vigilantes e defenderemos cada centímetro do território da aliança”, afirmou o secretário-geral da Otan, Mark Rutte.
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