O presidente da China, Xi Jinping, apresentou nesta segunda-feira (1º) a Iniciativa de Governança Global (IGG), durante a 24ª cúpula da Organização para Cooperação de Xangai Plus (OCX), realizada em Tianjin. O projeto é visto como um possível embrião de uma nova ordem mundial, tendo como principais parceiros a Rússia e a Índia.
Diante de 20 líderes de países não ocidentais, Xi afirmou que o sistema internacional enfrenta ameaças ligadas ao “hegemonismo” e ao “protecionismo”, heranças que, segundo ele, ainda assombram o cenário internacional oito décadas após o fim da Segunda Guerra Mundial. Para o líder chinês, o planeta vive um “novo período de turbulência e transformação”, o que exige esforços coletivos em busca de cooperação e coexistência pacífica.
A proposta apresentada pelo governo chinês se apoia em cinco eixos centrais:
Igualdade soberana entre os Estados;
Respeito ao direito internacional;
Defesa do multilateralismo;
Abordagem centrada nas pessoas;
Adoção de medidas concretas de cooperação.
“Todos os países, independentemente de tamanho ou riqueza, devem ser participantes e beneficiários iguais da governança global”, declarou Xi, ressaltando a necessidade de dar mais espaço e voz aos países em desenvolvimento.
O presidente russo, Vladimir Putin, elogiou a iniciativa chinesa e afirmou que a OCX pode assumir protagonismo na construção de um sistema internacional mais justo. Já o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, destacou o fortalecimento das relações com China e Rússia, defendendo maior cooperação em comércio, segurança e energia.
A presença de Modi na China, a primeira em sete anos, também foi interpretada como sinal de distensão entre os dois gigantes asiáticos, historicamente marcados por disputas fronteiriças e tensões regionais.
O encontro acontece em meio às tensões comerciais entre Estados Unidos e diversas economias emergentes, como a Índia, pressionada por Washington a reduzir as importações de petróleo russo. A aproximação entre Pequim, Moscou e Nova Délhi é vista como uma resposta ao unilateralismo adotado pelos EUA nos últimos anos.
Além da agenda diplomática, a China anunciou apoio financeiro de US$ 280 milhões aos países da OCX e um crédito extra de 10 bilhões de yuans para estimular projetos de integração econômica e tecnológica, incluindo áreas como energia verde, inteligência artificial e combate ao narcotráfico.
A cúpula de Tianjin também antecede o desfile militar que marcará os 80 anos da vitória chinesa sobre a ocupação japonesa e o fim da Segunda Guerra Mundial no país. O evento contará com a presença de cerca de 50 líderes mundiais.
Sensação
Vento
Umidade