O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (7), por meio das redes sociais, que a defesa da democracia no Brasil é uma responsabilidade exclusiva dos brasileiros. A declaração acontece após o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter feito uma publicação em apoio a Jair Bolsonaro, alegando que o ex-mandatário brasileiro sofre perseguição política.
Lula não mencionou Trump diretamente, mas destacou que o Brasil é uma nação soberana e não aceitará interferências externas. “Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Sobretudo os que atentam contra a liberdade e o estado de direito”, escreveu o presidente.
Mais cedo, Trump havia usado sua rede Truth Social para afirmar que Bolsonaro está sendo injustamente tratado e que acompanhará de perto o que chamou de “caça às bruxas” contra o ex-presidente, sua família e apoiadores. Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
O governo brasileiro respondeu oficialmente com firmeza. A ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) criticou a declaração do americano, afirmando que Trump deveria se preocupar com os problemas dos Estados Unidos. Jorge Messias, advogado-geral da União, também reagiu, dizendo que a soberania do Brasil "não se negocia" e que o país seguirá firme na defesa de suas instituições.
Bolsonaro, por sua vez, agradeceu a Trump pela mensagem, dizendo que recebeu o apoio “com alegria” e comparando sua situação à vivida pelo ex-presidente americano.
O ex-presidente brasileiro já foi considerado inelegível por oito anos após duas condenações no Tribunal Superior Eleitoral por abuso de poder político. Em uma delas, foi apontado o uso eleitoral de uma reunião com embaixadores estrangeiros, em que Bolsonaro fez declarações infundadas sobre o sistema eleitoral do país.
Além disso, o STF já aceitou denúncias contra Bolsonaro e outros aliados por tentativa de golpe de Estado. A ação penal encontra-se atualmente na fase final, com a apresentação das alegações finais antes do julgamento definitivo.
Até o momento, 497 pessoas já foram condenadas pelo Supremo por participação nos atos de 8 de janeiro de 2023, marcados por ataques violentos às sedes dos Três Poderes em Brasília.
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