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Desigualdade/Gênero

Venezuelanos no Brasil enfrentam desafios para integração social e econômica, aponta estudo

Pesquisa internacional destaca desafios da integração venezuelana no Brasil

07/07/2025 12h42
Por: Diário da Feira
Fonte: Agência Basil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Uma pesquisa realizada pela Acnur, UNFPA e ONU Mulheres, com apoio do governo de Luxemburgo, revela que a população venezuelana no Brasil ainda enfrenta grandes dificuldades para se integrar plenamente na sociedade, especialmente no que diz respeito ao acesso a trabalho, saúde, educação e moradia. O estudo enfatiza a necessidade urgente de uma articulação mais eficaz entre políticas públicas em níveis nacional e local, com atenção especial às desigualdades de gênero.

Desde 2018, mais de 150 mil venezuelanos foram interiorizados voluntariamente de Boa Vista para mais de mil cidades brasileiras, em busca de melhores condições de vida. Embora o levantamento destaque avanços, como o aumento do rendimento médio mensal individual em 12% e do rendimento domiciliar per capita em 8%, as dificuldades persistem, sobretudo para mulheres e famílias monoparentais.

Os dados indicam que homens venezuelanos, principalmente os sem filhos e com maior escolaridade, possuem mais chances de encontrar oportunidades durante a interiorização. Já as mulheres enfrentam maiores vulnerabilidades, incluindo maiores índices de desemprego e trabalho informal, além de liderarem a maioria das famílias monoparentais.

O estudo também aponta melhorias na inserção laboral feminina, com redução do tempo médio sem emprego de 6,7 para 4,7 meses, embora ainda distante do desempenho masculino. Na área da educação, crianças e adolescentes venezuelanos continuam a ter dificuldades de acesso à escola, apesar de terem apresentado avanços no aprendizado do português, principalmente entre as mulheres.

No campo da saúde, o uso de métodos contraceptivos aumentou, mas ainda existem barreiras significativas no acesso ao pré-natal e na prevenção de doenças como o câncer entre as mulheres venezuelanas. Além disso, a pesquisa alerta para o crescimento da insegurança alimentar e dos casos de discriminação, que afetam com maior intensidade as mulheres e a população interiorizada.

Realizado em três etapas entre 2021 e 2023, o estudo contou com a colaboração do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Faculdade de Ciências Econômicas e da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis de Minas Gerais, ambas da UFMG.

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