A alta nos preços dos alimentos tem forçado os baianos a repensar seus hábitos de consumo. Dina Ramos Nascimento, de 70 anos, costumava não dormir sem um café descafeinado, mas agora o preço do item tornou o hábito raro. Com a inflação batendo forte na Região Metropolitana de Salvador, ela recorre a estratégias como pesquisar preços em três supermercados diferentes e substituir a carne pela soja.
A aposentada, que faz compras na Calçada, agora prefere fazer compras pequenas e frequentes para evitar grandes gastos. "Nunca mais fiz compra para o mês. Só faço de pouquinho, e pesquisando muito", explica. A situação é compartilhada por outras pessoas, como Mari Santos, dona de casa, que também vai de mercado em mercado para encontrar os preços mais baixos, como no caso da margarina.
A inflação em Salvador tem sido impulsionada, principalmente, pelos alimentos. O café moído teve um aumento de 7,07%, e o preço do ovo subiu impressionantes 26,87% em março. Além disso, o preço do gás de botijão subiu 3,62%, tornando os custos ainda mais pesados para os moradores da cidade.
Com isso, produtos como carne vermelha e frango são cada vez menos frequentes nos carrinhos. Teresa Souza, 64, optou por aumentar o consumo de soja, que é uma alternativa mais acessível. Por outro lado, itens como o leite longa vida (-7,74%) e o corte chão de dentro (-2,72%) tiveram queda de preços.
O cenário tem afetado o comportamento dos consumidores, que, ao se depararem com contas elevadas no caixa, muitas vezes desistem de comprar ou deixam itens para trás. A cesta básica em Salvador, por exemplo, custou, em média, R$ 628,80 em fevereiro.
A alta nos preços pode ser explicada por diversos fatores, como o calor intenso no início do ano, que aumentou a produtividade dos ovos e afetou o preço do café. O governo federal implementou medidas como a isenção de impostos para a importação de alguns alimentos, mas os especialistas ainda estão divididos sobre o impacto real dessas ações para os consumidores.
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