Nos últimos meses, cenas de extrema violência têm chocado a população de Salvador. Corpos mutilados, decapitados e esquartejados se tornaram uma triste realidade do crime organizado. Mas por que essas facções utilizam métodos tão brutais para eliminar seus inimigos? A resposta está no simbolismo por trás desses atos, que funcionam como instrumentos de poder e intimidação.
Segundo especialistas em segurança pública, a crueldade extrema não é uma simples manifestação de sadismo, mas sim uma estratégia consolidada para impor medo e controle. Assassinatos brutais como decapitações e esquartejamentos já foram usados ao longo da história por grupos extremistas e exércitos em guerras, como forma de demonstrar poder absoluto sobre seus adversários.
No contexto do crime organizado brasileiro, esse tipo de execução serve como um aviso tanto para facções rivais quanto para moradores das áreas dominadas. A exibição pública de corpos mutilados sinaliza que o território pertence a um grupo específico e que qualquer tipo de traição ou desobediência será punida de maneira exemplar.
Cada método de execução tem um significado simbólico dentro das facções criminosas:
Decapitação: Representa o triunfo absoluto sobre o inimigo. O ato de exibir ou espalhar cabeças pelo território tem a intenção de reforçar o domínio da facção.
Esquartejamento: Demonstra a submissão total da vítima e reforça a mensagem de que o inimigo não só foi derrotado, mas também desmantelado por completo.
Corpos carbonizados: Além de dificultar a identificação, a carbonização pode ser usada como um alerta para aqueles que desafiam a hierarquia do grupo.
Estupros e torturas: Utilizados para subjugar e humilhar adversários antes da execução, reforçando o domínio psicológico sobre comunidades inteiras.
Salvador tem sido palco de um conflito entre facções criminosas como o Bonde do Maluco (BDM) e o Comando Vermelho (CV). Os bairros da cidade se tornaram territórios disputados, onde qualquer deslize pode ser fatal. Moradores de uma região dominada por uma facção correm risco se forem vistos em áreas controladas pelo grupo rival, como ocorreu com o entregador por aplicativo Augusto Borges, assassinado brutalmente após ser confundido como membro do CV.
A violência atinge até mesmo inocentes, como Richard Santana, morto e esquartejado apenas por residir em um bairro controlado pela facção rival, ou Tiago Alves dos Santos, um jovem com problemas psicológicos que foi executado de forma cruel por engano.
Apesar da brutalidade, algumas facções tentam estabelecer um tipo de ‘código de conduta’, alegando que execuções devem ser direcionadas apenas a inimigos do crime. Em janeiro deste ano, um suposto comunicado do Comando Vermelho circulou nas redes sociais proibindo a execução de inocentes. No entanto, a realidade mostra que essas regras raramente são seguidas e que qualquer suspeita pode ser suficiente para uma sentença de morte.
A violência extrema das facções não é apenas um reflexo da criminalidade, mas sim uma ferramenta de dominação e medo. Cada assassinato brutal carrega um significado que reforça a hierarquia criminosa e a imposição de poder sobre territórios disputados. Enquanto essas práticas continuarem a ser usadas como forma de controle, a população permanecerá refém do terror imposto pelo crime organizado.
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