O ministro da Defesa, José Múcio, expressou preocupação com a escalada da tensão entre Venezuela e Estados Unidos (EUA), alertando que o conflito poderia atingir a fronteira brasileira. Segundo ele, as Forças Armadas já enviaram reforços para a região antes do aumento das tensões nas últimas semanas.
“Estamos preocupados com a nossa fronteira, para que ela não se transforme em uma trincheira. O Brasil é um país pacífico e investe em suas forças apenas para proteger seu patrimônio”, afirmou Múcio, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ministro explicou que o país mantém operações permanentes na fronteira com a Venezuela e destacou que a Operação Atlas, prevista para 2024, já estava planejada antes do agravamento da crise entre Caracas e Washington. Ele reforçou que o deslocamento das tropas visa proteger áreas de difícil acesso, e não auxiliar diretamente outros países.
Múcio comparou a situação à “briga de vizinho”, ressaltando que o Brasil busca manter sua soberania e não se envolver em conflitos externos. Recentemente, o país assinou documento junto à maioria dos países da América Latina e Caribe, demonstrando preocupação com a presença militar americana na costa venezuelana.
Os EUA deslocaram navios e um submarino para a costa da Venezuela, alegando combate ao narcotráfico e acusando o governo de Nicolás Maduro de liderar um cartel. Maduro rejeita as acusações e critica o que considera uma tentativa de mudança de regime na Venezuela. O presidente venezuelano pediu redução das tensões para evitar conflitos.
Na última semana, o Departamento de Defesa dos EUA afirmou que aeronaves venezuelanas sobrevoaram próximo a um navio americano, supostamente em águas internacionais, qualificando a ação como provocadora. Posteriormente, informações indicaram que os EUA enviaram dez caças F-35 para Porto Rico, reforçando a presença militar no Caribe.
Um episódio recente envolvendo um vídeo de ataque a um barco supostamente carregado de drogas gerou ainda mais tensão, com Maduro acusando os EUA de manipulação via inteligência artificial.
Especialistas destacam que, embora a situação seja delicada, o Brasil mantém postura de vigilância e reforço defensivo, sem intenção de intervenção direta no conflito.
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