O maior desfile militar da história da China, realizado em 3 de setembro, chamou atenção global ao marcar os 80 anos da derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial. Durante a cerimônia, o país exibiu novos mísseis nucleares, drones avançados, sistemas de defesa e aeronaves, indicando um salto tecnológico significativo.
Pela primeira vez, a China mostrou sua tríade nuclear completa, incluindo o míssil balístico intercontinental DF-5C, com alcance de 20 mil km, capaz de atingir praticamente qualquer ponto do planeta. O presidente Xi Jinping aproveitou o evento para enviar recados ao mundo, defendendo paz e unidade e criticando, de forma velada, a hegemonia dos EUA.
O desfile contou com a presença de líderes internacionais, como Vladimir Putin e Kim Jong-un. Nos EUA, o ex-presidente Donald Trump chegou a acusar Xi de conspirar contra o país junto de Putin.
Entre os armamentos exibidos, destacam-se:
JL-3: míssil lançado por submarinos, alcance de 10.000 km;
YJ-21: míssil hipersônico, difícil de interceptar, alcance de 1.500 km;
DF-5C: míssil balístico intercontinental, com alcance de 20.000 km;
HQ-29: sistema antimísseis capaz de interceptar satélites e projéteis a mais de 500 km de altitude;
Drones de alta tecnologia, sem identificação oficial.
O desfile sinalizou que a China busca mostrar independência tecnológica e capacidade de manter operações militares de forma autônoma, ainda que especialistas duvidem da eficiência total do arsenal em um conflito real.
Atualmente, a China possui cerca de 600 ogivas nucleares, número bem inferior às mais de 5.000 dos Estados Unidos. O país asiático ainda desenvolve novos sistemas de mísseis e tecnologia militar, mas especialistas afirmam que a grande vantagem americana está na experiência e na integração operacional do seu arsenal.
Gunther Rudzit, professor de relações internacionais da ESPM, ressalta que a maior ameaça chinesa não são apenas os mísseis, mas a capacidade de guerra cibernética, visando desestabilizar comunicações, energia e infraestrutura americana. Ele aponta que a China ainda enfrenta desafios internos nas Forças Armadas, com sucessivos expurgos de oficiais e possíveis problemas de corrupção.
Para Meia Nouwens, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, o desfile também serve como um aviso aos EUA, reforçando que a China pode operar de forma independente e sustentar conflitos por períodos mais longos.
O evento deixou claro que, apesar das dúvidas sobre experiência de combate, a China busca consolidar sua posição como potência militar global, com capacidade de influenciar a estratégia internacional e pressionar os Estados Unidos.
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