O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, voltou a atacar duramente os Estados Unidos em um discurso realizado nesta quarta-feira (20), um dia após Washington reafirmar que pretende usar "toda a força" contra seu governo.
Durante a cúpula da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA), que reúne países como Cuba, Bolívia e Nicarágua, Maduro classificou as recentes declarações americanas como “agressões imperialistas” e disse que a América Latina e o Caribe vivem hoje um cenário de disputa entre “forças soberanas e as forças obscurantistas dos EUA”.
“Estamos diante de um frenesi de ameaças. Eles acreditam que são donos do mundo, que basta uma palavra para que os povos se rendam. Mas nós temos capacidade de luta e estamos prontos para defender nossa pátria em qualquer cenário”, afirmou. O líder venezuelano também anunciou mobilização militar após as últimas movimentações de tropas americanas no Caribe.
Na terça-feira (19), a porta-voz do governo americano, Karoline Leavitt, afirmou que o presidente Donald Trump está disposto a empregar "todo o poder" contra o regime venezuelano, classificando Maduro como “chefe de um cartel narcoterrorista”.
Nos últimos dias, três destróieres da Marinha dos EUA — USS Gravely, USS Jason Dunham e USS Sampson — foram deslocados para a região do Caribe, próximos ao território venezuelano, em uma operação que envolve mais de 4 mil militares. A justificativa apresentada foi o combate a cartéis de drogas classificados como organizações terroristas.
Em nota oficial, o governo venezuelano acusou Washington de ameaçar a paz e a estabilidade regional, negando as acusações de envolvimento com o narcotráfico.
A escalada diplomática ganhou novo capítulo com o aumento da recompensa oferecida pelos EUA por informações que levem à prisão de Maduro: agora em US$ 50 milhões, valor superior ao oferecido por Osama Bin Laden após os atentados de 11 de setembro.
Desde 2020, Maduro enfrenta acusações formais de narcoterrorismo. A recompensa já havia sido fixada em US$ 15 milhões no governo Trump e elevada para US$ 25 milhões sob Joe Biden, em 2025. O valor atual, anunciado neste mês, coloca o presidente venezuelano no topo da lista dos mais procurados pelos EUA.
Diante da pressão, Maduro tem reforçado a aproximação diplomática com países como Rússia, China e Irã, buscando apoio estratégico para conter o isolamento internacional. Na cúpula da ALBA, pediu ainda mais união entre os países da região contra o que chamou de “ameaças de um império em declínio”.
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