Um estudo recente da Quaest, divulgado nesta terça-feira (5), analisou a reação do público nas redes sociais à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na tarde de segunda-feira (4).
De acordo com a pesquisa, a opinião pública está bastante dividida, com uma ligeira maioria (53%) apoiando a medida, enquanto 47% demonstraram rejeição. O levantamento apontou forte polarização entre os internautas, com manifestações de comemoração entre os críticos de Bolsonaro e acusações de perseguição política por seus apoiadores.
A análise da Quaest considerou aproximadamente 1,2 milhão de menções relacionadas à prisão domiciliar do ex-presidente desde o anúncio da decisão, por volta das 18h até as 21h de segunda-feira. Durante esse período, o debate nas redes teve um alto nível de engajamento, atingindo cerca de 51 mil menções por hora. Para comparação, esse volume ficou acima do registrado no anúncio das sanções da Lei Magnitsky contra o ministro Moraes (31 mil menções por hora), mas abaixo da repercussão da operação da Polícia Federal em julho, quando Bolsonaro passou a usar tornozeleira eletrônica (72 mil menções por hora).
Por que Bolsonaro foi colocado em prisão domiciliar?
Além da prisão domiciliar, a decisão do ministro Alexandre de Moraes incluiu a proibição de visitas ao ex-presidente e a apreensão dos seus aparelhos celulares. Moraes justificou as medidas afirmando que Bolsonaro continuou a usar redes sociais, mesmo que indiretamente por meio de aliados, para divulgar mensagens que estimulavam ataques ao STF e defendiam a intervenção estrangeira no Judiciário brasileiro.
Como exemplo, o ministro citou um vídeo postado no domingo (3) na conta do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em que o ex-presidente falava a apoiadores em uma manifestação no Rio de Janeiro. A publicação foi removida horas depois. Moraes havia proibido o uso de redes sociais por Bolsonaro, mesmo por intermédio de terceiros, desde 18 de julho, quando também determinou o uso da tornozeleira eletrônica.
Após a imposição das medidas, Bolsonaro apareceu em um ato político exibindo a tornozeleira, o que foi considerado uma desobediência às ordens do ministro. Moraes alertou que novas violações poderiam resultar na decretação da prisão domiciliar — o que foi efetivado nesta segunda-feira.
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