E-mail

diariodafeira@hotmail.com

WhatsApp

(75) 98853-7980

MAIS BAHIA 0425
Julgamento/Bolsonar

STF mantém foco no julgamento de Bolsonaro e evita provocação de Trump

Ministros prometem sobriedade diante de tensões políticas

01/08/2025 09h00
Por: Diário da Feira
Fonte: G1
Foto: Rosinei Coutinho/STF
Foto: Rosinei Coutinho/STF

A cúpula do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter o foco no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentar dar um golpe de Estado, e não reagir de forma exacerbada à recente sanção imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao ministro Alexandre de Moraes. A orientação interna é clara: evitar cair em provocações e concluir o processo com sobriedade e firmeza institucional.

Trump sancionou Moraes com base na Lei Magnitsky, alegando violações de direitos humanos em decisões judiciais no Brasil, especialmente relacionadas à atuação do magistrado no combate à desinformação nas redes sociais e na condução do processo que apura o envolvimento de Bolsonaro em uma tentativa de ruptura institucional.

Entre os ministros da Corte, a percepção é unânime: a reação americana tem intenção política e serve como cortina de fumaça para desviar o foco do julgamento, que está prestes a ser finalizado. Segundo fontes do STF, a estratégia da família Bolsonaro seria provocar confusão e tensão institucional para fragilizar a conclusão do processo.

Discurso firme, mas equilibrado

Na abertura do segundo semestre do Judiciário, nesta sexta-feira (1º), a expectativa é que os discursos dos ministros tenham tom firme, porém equilibrado. Devem se pronunciar o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, o ministro decano, Gilmar Mendes, e Alexandre de Moraes — sem prejuízo de falas adicionais de outros magistrados.

Ministros ressaltam que o momento exige prudência, e não reações desproporcionais. O objetivo é preservar a credibilidade do Judiciário diante de ataques internacionais e pressões internas.

Pressão sobre o Congresso

Caso Bolsonaro seja condenado, ministros acreditam que a pressão migrará para o Congresso Nacional, onde já se articula, nos bastidores, uma possível tentativa de anistia. Por isso, há expectativa de uma postura mais firme dos presidentes da Câmara e do Senado em defesa das instituições.

A nota publicada pelo presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União-AP), em resposta à sanção a Moraes, foi vista como excessivamente moderada. Parlamentares ligados a Bolsonaro, como o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), chegaram a ameaçar incluir Alcolumbre e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), na lista de alvos de Trump.

União institucional

Na noite de quinta-feira (31), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com ministros do STF, entre eles Barroso e Moraes, além do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. O encontro serviu como gesto de solidariedade ao ministro atingido pelas sanções e reafirmação do compromisso com a soberania e independência do Brasil.

Nenhumcomentário
500 caracteres restantes.
Seu nome
Cidade e estado
E-mail
Comentar
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou com palavras ofensivas.
Mostrar mais comentários