O ex-jogador Daniel Alves recebeu nesta sexta-feira (4) seus passaportes brasileiro e espanhol de volta e está, oficialmente, autorizado a deixar a Espanha. A devolução ocorreu uma semana após sua absolvição pela Justiça da Catalunha no processo em que era acusado de estupro.
Segundo informou o Tribunal Superior de Justiça da Catalunha, Alves compareceu ao tribunal para cumprir formalidades administrativas e recuperar os documentos, que estavam retidos desde sua prisão preventiva, em janeiro de 2023. O ex-atleta, que construiu parte de sua carreira no Barcelona, também possui cidadania espanhola.
A decisão de absolvição foi tomada de forma unânime pelos juízes da seção de recursos do tribunal, que entenderam que o depoimento da suposta vítima não foi suficiente para sustentar a condenação. Com isso, a sentença anterior — que determinava 4 anos e 6 meses de prisão por agressão sexual — foi anulada.
Embora Alves tenha alterado sua versão dos fatos em diversas ocasiões, a Justiça considerou que o processo apresentou lacunas e falhas na coleta e análise das provas. A nova decisão destacou a ausência de evidências concretas, como gravações e impressões digitais, que pudessem sustentar a acusação.
Mesmo absolvido, o caso pode voltar a ser analisado. A Promotoria da Catalunha já anunciou que vai recorrer ao Tribunal Supremo da Espanha, a instância mais alta do Judiciário espanhol. A acusação particular, representando a jovem espanhola que fez a denúncia, também informou que pretende entrar com recurso.
Daniel Alves, que ficou mais de um ano preso preventivamente, havia sido libertado em março do ano passado após pagar fiança de 1 milhão de euros. Desde então, aguardava o desfecho do processo em liberdade.
Apesar da liberação para deixar o território espanhol, ainda não há confirmação oficial de que o ex-jogador retornará ao Brasil. Ele possui residência em Barcelona, onde vive com sua esposa, a modelo Joana Sanz.
O caso, que ganhou grande repercussão internacional, teve início após uma denúncia de estupro em uma boate na capital catalã, no fim de 2022. Exames realizados na época indicaram a presença de sêmen da vítima, e funcionários do local relataram que a jovem saiu do banheiro abalada e chorando.
Durante o processo, Daniel Alves apresentou quatro versões diferentes sobre o ocorrido — a última, durante o julgamento, em que alegou embriaguez e consentimento da relação sexual.
Mesmo com a sentença favorável a Alves, o tribunal ressaltou que a decisão não significa validação da versão do ex-jogador, mas sim que as provas apresentadas não foram suficientes para condená-lo.
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