Justin Timberlake: de ícone pop a desafios na carreira

O Justin Timberlake que sobe ao palco do Lollapalooza 2025 neste domingo (30) já não é o mesmo artista que dominou as paradas nos anos 2000. Aos 44 anos, ele enfrenta sua fase mais desafiadora, com menor impacto comercial e uma reputação abalada por polêmicas do passado. No entanto, seu talento e seu extenso repertório de hits ainda fazem dele um dos principais nomes do festival.

A carreira de Timberlake começou cedo, com passagens pela Disney e como membro da boy band *NSYNC. No início dos anos 2000, após o término de seu relacionamento com Britney Spears, ele embarcou em uma bem-sucedida carreira solo. Com produção de Timbaland, lançou Justified (2002), álbum que consolidou sua imagem de popstar carismático e inovador, misturando R&B e pop com falsetes marcantes.

O sucesso se ampliou com FutureSex/LoveSounds (2006), que trouxe uma sonoridade mais madura e sensual. O disco emplacou sucessos como "SexyBack" e "My Love", atingindo o topo das paradas e firmando Timberlake como um dos grandes nomes da música pop.

O polêmico Super Bowl e a ascensão ao estrelato global

Em 2004, Timberlake protagonizou uma das maiores controvérsias da TV americana ao arrancar parte do figurino de Janet Jackson durante o show do intervalo do Super Bowl, resultando em um momento controverso e amplamente discutido. Enquanto Jackson enfrentou forte reação negativa, Timberlake saiu praticamente ileso, algo que anos depois geraria críticas à sua postura.

Mesmo com essa polêmica, sua carreira continuou em ascensão. Ele lançou The 20/20 Experience (2013), adotando uma imagem mais sofisticada e apostando no soul pop. O disco foi bem recebido e consolidou sua trajetória na música e no cinema, com participações em filmes como A Rede Social e Amizade Colorida.

Com a chegada da paternidade em 2015, Timberlake desacelerou a carreira e direcionou sua música para um tom mais familiar. Seu single "Can't Stop the Feeling" (2016), da trilha sonora do filme Trolls, tornou-se um hit global, mas seu álbum seguinte, Man of the Woods (2018), não teve a mesma recepção. A tentativa de reinventar sua imagem com uma pegada mais rústica não convenceu o público e a crítica.

Além disso, sua reputação foi abalada pelo documentário Framing Britney Spears (2021), que reacendeu questionamentos sobre como Timberlake se beneficiou da narrativa midiática no fim do relacionamento com Britney. A polêmica se intensificou em 2023, quando Britney lançou sua autobiografia, detalhando momentos difíceis do namoro e acusando Justin de ter manipulado sua imagem na mídia.

O retorno e os desafios do presente

Em 2024, Timberlake lançou Everything I Thought It Was, tentando retomar o sucesso, mas sem grande impacto comercial ou crítico. Além disso, sua prisão por dirigir embriagado em junho do mesmo ano só contribuiu para sua imagem desgastada.

Mesmo assim, sua performance no Lollapalooza 2025 ainda promete ser um dos momentos mais aguardados do festival. Apesar dos desafios, Timberlake segue como um grande showman, capaz de entregar apresentações memoráveis com seus clássicos e sua presença de palco marcante. Um Justin Timberlake em baixa ainda é um artista de peso no cenário pop.