Para quem vive em cidades do interior baiano, passar um longo período sem chuva não é novidade. Neste ano, ao menos cinco cidades do estado não registram precipitações há mais de 100 dias.
É o caso de Luís Eduardo Magalhães, na região oeste, onde não chove há 129 dias.
Por lá, moradores percebem piora do clima seco durante a estiagem e buscam estratégias para driblar o calor em excesso.
"O clima tem se tornado mais seco nos últimos anos, é inegável. Temos sentido o impacto das queimadas e o baque das sensações térmicas elevadas, apesar de estarmos acostumados com as altas temperaturas", diz Aline Torres, moradora de Luís Eduardo Magalhães. Entre agosto e setembro deste ano, mais de 100 bombeiros militares foram escalados para combater incêndios florestais no interior da Bahia. Além da cidade do oeste, os agentes atuam em Juazeiro, Lençóis e Vitória da Conquista.
Além de diminuir a umidade do ar, o que propicia problemas de saúde, a estiagem prolongada colabora para o aumento de folhas secas (biomassa) e, assim, a ocorrência de incêndios. "Os focos de queimadas evoluem mais rápido para queimadas, atingem a atmosfera, e podem atingir outras áreas”, explica a meteorologista da Climatempo Andrea Ramos.
Eneas Porto mora em Barreiras e é gerente de sustentabilidade da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba). Ele conta que, neste ano, o período de seca começou mais cedo. "O período seco acontece todos os anos, mas neste ano se antecipou, se compararmos com anos anteriores. O número de focos registrado já sinaliza para uma situação de alerta, já que houve aumento expressivo de incêndios e ainda não estamos no período mais crítico", conta.
A última vez que o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou chuva em Barreiras foi em maio, de 4,6 milímetros. Já são 133 dias sem precipitações. A falta de chuvas no interior do estado durante o inverno é resultado da atuação de anticiclones que mantém a massa de ar seca e quente, segundo os especialistas em meteorologistas. Durante o período seco, os produtores rurais do interior baiano investem em tecnologia e prevenção de incêndios.
"Os produtores rurais têm se preparado para esse momento crítico com ações preventivas e uso de equipamentos para combater os incêndios florestais", diz Eneas Porto. "Como o ciclo de chuvas permite apenas uma safra, a irrigação é uma tecnologia imprescindível para garantir produtividade, segurança e sustentabilidade na produção", completa Eneas Porto.
Para evitar o problemas decorrentes da seca, Margareth Gama, 55, aumenta o consumo de água durante o inverno. "Durante o dia, as temperaturas ficam muito elevadas e faz muito calor, então é preciso beber mais água do que normalmente bebemos" diz.
Dicas para reduzir os danos causados pela baixa umidade do ar
Sensação
Vento
Umidade