Apesar de estar detido em Haia, na Holanda, o ex-presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, foi eleito prefeito de sua cidade natal, Davao, nesta segunda-feira (12). Acusado de crimes contra a humanidade pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), Duterte mantém forte influência política, demonstrada pela ampla vantagem sobre os concorrentes mesmo fora do país.
Com 80% da apuração não oficial concluída, ele já aparecia com oito vezes mais votos que o segundo colocado. A eleição ocorreu durante o pleito de meio de mandato e reforça a popularidade de Duterte em sua base eleitoral, onde governou por mais de vinte anos. A imagem de "líder linha-dura contra o crime" ainda mobiliza uma parte significativa da população local.
Detido em março sob acusações relacionadas à violenta campanha antidrogas conduzida durante sua presidência, Duterte pode se tornar o primeiro ex-chefe de Estado asiático a ser julgado pelo TPI. A operação que levou à sua prisão gerou protestos nas Filipinas, com aliados classificando a detenção como um “sequestro” promovido por um tribunal estrangeiro.
Apesar de negar as acusações, o ex-presidente enfrenta investigações que apontam para até 30 mil mortes durante sua política antidrogas — a maioria delas ocorrida em comunidades pobres. O TPI afirma ter jurisdição sobre os crimes, pois eles ocorreram antes da retirada formal das Filipinas do tratado do tribunal em 2019.
A família Duterte continua com forte presença política: dois filhos também venceram cargos eletivos. Um foi reeleito deputado, e o outro será vice-prefeito de Davao, podendo substituir o pai enquanto este estiver impossibilitado de tomar posse. Já a vice-presidente do país, Sara Duterte, enfrenta um processo de impeachment e corre o risco de ser banida da vida pública.
Segundo ela, a posse do pai ainda está sendo discutida com os advogados, que aguardam o certificado oficial de proclamação para definir os próximos passos.
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