Dor de garganta, tosse e febre são sintomas comuns que podem confundir até os mais atentos. Esses sinais, geralmente atribuídos a uma simples "gripezinha", também estão presentes em quadros mais graves, como a síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e a pneumonia. Embora compartilhem sintomas, essas doenças possuem causas, gravidades e tratamentos diferentes — e reconhecer essas diferenças pode ser essencial para salvar vidas.
Segundo a infectologista Giovanna Orrico, a “gripezinha” a que muitos brasileiros se referem é, na verdade, um resfriado. “É uma infecção leve, causada por vírus como o rinovírus, que provoca coriza, dor de garganta e tosse, sem grandes complicações”, explica. Já a gripe verdadeira, provocada pelo vírus Influenza, é mais intensa, com febre alta, dores no corpo e fraqueza.
Quando a gripe não é tratada adequadamente ou quando o organismo é mais vulnerável, pode evoluir para a SRAG, uma condição mais séria que pode levar à insuficiência respiratória. Os sinais de alerta incluem falta de ar, dor no peito, dificuldade para falar ou respirar e coloração azulada nos lábios.
A pneumonia, por sua vez, é uma infecção pulmonar que pode ser causada por vírus, bactérias ou fungos. Ela afeta diretamente os alvéolos pulmonares e é comum após gripes mal curadas. Seus sintomas incluem tosse com catarro (frequentemente amarelado ou esverdeado), febre persistente e mal-estar generalizado.
A pneumologista Larissa Sadigursky reforça que os sintomas nem sempre seguem o padrão, especialmente em crianças e idosos. “Às vezes, a criança que brincava o dia inteiro fica mais quieta e recusa comida. No idoso, pode surgir apenas como cansaço ou náuseas. Por isso, qualquer mudança no comportamento merece atenção”, alerta.
Diante de sintomas respiratórios persistentes ou agravados, é fundamental procurar atendimento médico. A diferenciação entre uma infecção leve e uma condição mais grave, como a SRAG ou a pneumonia, exige exame clínico detalhado e, muitas vezes, exames laboratoriais ou de imagem.
O tratamento varia de acordo com o agente causador e a gravidade do caso. A SRAG pode exigir suporte em UTI, oxigenoterapia e antivirais. Já a pneumonia bacteriana costuma ser tratada com antibióticos, podendo também exigir internação e suporte respiratório.
A boa notícia é que todas essas doenças têm prevenção. A vacinação contra a gripe, disponibilizada anualmente pelo SUS para públicos prioritários, é eficaz contra os vírus Influenza. A SRAG pode ser evitada com as vacinas contra gripe e Covid-19. Já a imunização contra a pneumonia está disponível na rede privada, principalmente indicada para grupos de risco.
“Vacinar-se é uma forma de reduzir o risco de agravamento. Nenhuma vacina impede completamente a infecção, mas diminui muito a chance de evolução para formas graves da doença”, conclui a pneumologista Larissa Sadigursky.
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