Publicada em 29/08/2017 ás 09:12:55
O presidente Michel Temer viajou hoje (29) para a China. Ele aproveitará o período no exterior para buscar investidores interessados no pacote de concessões e privatizaçõesanunciado pelo governo na semana passada. Ao todo, Temer passará cerca de dez dias fora do Brasil. Na China, ele fará visita de Estado e se reunirá com empresários, em Pequim, além de participar da 9ª Cúpula do Brics (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Xiamen. No período em que Temer estiver na China, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), exercerá de forma interina a Presidência da República. Busca por investidores Ao conceder entrevista a uma emissora de TV, Temer destacou que pretende aproveitar a viagem para apresentar o pacote de concessões e privatizações. Um dos exemplos citados pelo presidente foi a privatização da Eletrobras, estatal do setor elétrico. "Esperamos que a China possa se interessar de participar desses eventos, dessas concessões que nós vamos fazer, para se trazer naturalmente capital para o Brasil", disse. Na semana passada, o conselho do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), órgão responsável pelas concessões no governo federal, aprovou uma lista com 57 ativos que podem ser ofertados à iniciativa privada. Além da Eletrobras, entraram na relação do PPI, por exemplo, a Casa da Moeda, terminais portuários, rodovias, linhas de transmissão e aeroportos, entre os quais o de Congonhas (São Paulo). Agenda Em razão da distância entre o Brasil e China, e também das escalas previstas, Temer deverá desembarcar em Pequim somente na quinta (31). No dia seguinte, se iniciará a programação oficial da visita de Estado. Além do encontro com o presidente da China, Xi Jinping, Temer se reunirá com o primeiro-ministro do país, Li Keqiang. No sábado (2), o presidente participará do Seminário Empresarial Brasil-China, organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Segundo o governo, participarão do seminário empresários chineses que "já investem ou têm interesse em investir no Brasil". Um dia depois, Temer viajará para Xiamen, também na China, para a cúpula do Brics, que se estenderá até o dia 5 de setembro. Ao fim do encontro, o presidente retornará ao Brasil. Visita de Estado Ainda de acordo com Alexandre Parola, a viagem de Temer à China também tem como objetivo ampliar a diversidade das exportações do Brasil para a China, além da busca por novos investimentos, especialmente na área de infraestrutura. "Defesa do multilateralismo, resistência ao protecionismo e combate ao aquecimento global" também estão entre os temas a serem discutidos pelo presidente durante a visita de Estado. Segundo Parola, está prevista a assinatura de acordos bilaterais entre Brasil e China em áreas como infraestrutura, saúde, cultura e tecnologia. Eventual denúncia A viagem de Temer à China acontece na mesma semana em que há a expectativa no mundo político de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, oferecer nova denúncia contra o presidente. Com base nas delações de executivos do grupo J&F, que controla a JBS, Janot denunciou Temer em junho pelo crime de corrupção passiva, mas a acusação foi rejeitada pela maioria dos deputados e, com isso, o processo não seguiu para o Supremo Tribunal Federal.
Por Diario da Feira/G1
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