Publicada em 06/05/2024 ás 18:11:55
A Bahia é o estado com o maior número absoluto de pessoas quilombolas no Brasil. No total, 397.502 pessoas se autodeclaram quilombolas, o que representa 2,8% de todos os habitantes do estado. Ao contrário do que acontece no restante da população, os homens e jovens são maioria dentro dos territórios quilombolas. Essa parcela da população recebeu um recorte específico no Censo pela primeira vez em 2022. Mas, afinal, quem são os quilombolas? O termo faz referência aos remanescentes dos quilombos - unidades criadas entre os séculos XVI e XIX para abrigar pessoas escravizadas que fugiam da violência. Hoje, os territórios são formados majoritariamente por pessoas negras que preservam a cultura tradicional. O Estado brasileiro reconhece formalmente 48 territórios quilombolas na Bahia. Tijuaçu, no norte da Bahia, é a maior comunidade quilombola do estado, com 2.865 pessoas. Dentro dos territórios delimitados, os homens são maioria (50,4%) e há predominância de jovens - 30,1% está em idade escolar. Apesar disso, a quantidade de pessoas quilombolas que moram dentro desses territórios é pequena, apenas 2,8% do total. Os dados foram divulgados na manhã desta sexta-feira (3), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e fazem parte do módulo Quilombolas e Indígenas, por Sexo e Idade, do Censo 2022. Duas perguntas foram determinantes para traçar o perfil desta população: “você se considera quilombola” e “qual o nome da sua comunidade?”. Apesar de não ser possível cravar os motivos pelos quais os territórios quilombolas têm maior predominância de homens e jovens, os números oferecem algumas pistas. Para os pesquisadores, é possível que as mulheres migrem mais para as cidades do que os homens e que a mortalidade materna seja maior do que no restante da população. “Na Bahia, a predominância de homens dentro dos territórios quilombolas é mais sutil do que no Brasil. O perfil é mais masculino até os 24 anos, enquanto que na população em geral, o perfil mais masculino vai até os 19 anos. Os homens morrem mais em todas as faixas etárias, então, as populações mais idosas tendem a ser mais femininas”, explica Mariana Viveiros, supervisora de disseminação de informações do IBGE na Bahia.
Por Diário da Feira via Correio
|
||||||||||
|
||||||||||
Leia Também |
||||||||||