Publicada em 17/04/2017 ás 08:42:16
O vice-chefe de Partido Popular Republicano (PCCh), de oposição, pediu nesta segunda-feira (17) a anulação do referendo sobre a mudança constitucional que ampliou os poderes do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, segundo a Reuters. Cerca de 55 milhões de turcos foram às urnas, no domingo (16).
Bulent Tezcan, vice-presidente do PCCh, disse que o partido recebeu queixas de muitas regiões que as pessoas não puderam votar em privacidade e disse que algumas cédulas foram contadas em segredo. Ele disse que, se necessário, levaria a questão ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos. Tezcan acrescentou que a decisão da Comissão Eleitoral Superior de aceitar urnas não carimbadas foi claramente fora da lei, ainda segundo a Reuters. "No momento é impossível determinar a quantidade de votos desse tipo e quantos votos foram carimbados depois. É por isso que a única decisão que vai acabar com o debate sobre legitimidade (da votação) e tranquilizar as preocupações legais da população é a anulação dessa eleição pela Comissão Eleitoral Superior", disse Tezcan em uma coletiva de imprensa. Tezcan disse que o Partido Republicano do Povo vai levar as queixas a autoridades eleitorais municipais e à Comissão Eleitoral Superior, e dependendo do resultado desses pedidos, vai apelar para a corte constitucional da Turquia, a Corte Europeia de Direitos Humanos e qualquer outra autoridade relevante. O Partido Republicano do Povo (CHP) disse no domingo que pediria a recontagem de 37% dos votos. Já o líder do também oposicionista MHP afirmou que o resultado deve ser respeitado. VotaçãoO "Sim" teve 51,2% contra 48,8% do "Não", segundo a contagem da agência estatal Anadolu . Em Istambul, Ancara e Izmir, as três maiores cidades do país, venceu o "Não". O chefe da Comissão Eleitoral, Sadi Güven, confirmou a vitória do "Sim", mas disse que o resultado oficial deve ser anunciado só em 11 ou 12 dias. O triunfo da reforma, a ser aplicada a partir de 2019, abre o caminho para que Erdogan possa governar até 2029. Na prática, o projeto dá mais poderes ao presidente de 63 anos, que foi eleito em agosto de 2014, depois de passar 12 anos no cargo de primeiro-ministro. O resultado determina mudanças no sistema político do país e em suas relações com a União Europeia. O presidente Erdogan declarou vitória quando a apuração extra-oficial da Anadolu ainda não estava encerrada e o "Sim" aparecia com 51,34% enquanto o "Não" tinha 48,66% dos votos. Erdogan ligou para os aliados políticos para parabenizá-los pela vitória, e apoiadores do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) comemoraram nas ruas. Segundo a agência Reuters, houve panelaço em alguns bairros de Istambul contra o resultado. O primeiro-ministro Binali Yildirim, que com a reforma perderá seu cargo, também declarou vitória em um comício para apoiadores. Principais pontos do pacote de reformas:
Por Diário da Feira/G1
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