Publicada em 17/02/2017 ás 17:17:50
Doença venérea causada por uma bactéria conhecida há mais de um século e cujo tratamento medicamentoso existe há mais de sete décadas, a sífilis congênita - aquela que é passada da gestante para o feto - ainda continua sendo responsável pela morte de crianças ao nascer e de abortos durante a gestação.
O assunto foi abordado pelo enfermeiro Valterney Moraes, do Centro Referência Municipal DST/HIV/aids, durante capacitação para médicos das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e do Programa de Saúde da Família (PSF), na tarde desta quinta-feira, 15, no auditório Dr. João Batista de Cerqueira, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O enfermeiro afirmou que o manejo da doença depende de vários fatores, entre eles, o diagnóstico precoce, tratamento adequado, o devido acompanhamento e o período certo para dar alta ao paciente. “Esta é uma das doenças venéreas mais antigas. Temos o dever em dar às crianças o direito de nascer sem sífilis”. “Se uma gestante é diagnosticada com sífilis é preciso chamar o marido para tratá-lo também”, afirma. Segundo o especialista, muitas pessoas têm sífilis de forma latente, ou seja, não apresentam queixa. Só descobrem através de exames de rotina ou quando vão doar sangue. A atualização em pré-natal e tratamento de sífilis, promovida pela Atenção Básica, também contou com as palestras da médica Rita Rios, referência técnica em saúde da mulher; da enfermeira Cristiane Lopes, do Setor de Planejamento e Avaliação da Atenção Básica, e da coordenadora da Central de Regulação, enfermeira Simone Neves. A médica Rita Rios destacou que, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde, a partir de agora, cada gestante terá no mínimo sete consultadas, sendo três com o médico, três com enfermeiro e uma com o odontólogo da unidade de saúde. “As gestantes terão um acompanhamento multiprofissional, como o pré-natal exige”. As unidades também deverão realizar testes rápidos para sífilis, HIV e hepatites B e C. “Através do diagnóstico precoce, é possível iniciar o quanto antes o tratamento, evitando a transmissão vertical das doenças (HIV e sífilis)”. De acordo com a chefe da Atenção Básica, Valdenice Queiroz, a capacitação visa melhorar a qualidade da assistência prestada à população pelo Município. “É mais uma atualização que a Secretaria de Saúde oferece para os profissionais da rede no sentido de melhorar a qualidade do serviço”, reforça. Sífilis congênita A sífilis congênita acontece quando a bactéria responsável pela doença passa da mãe para o bebê através da placenta. Isso acontece especialmente durante a segunda metade da gestação ou quando a grávida nunca fez o tratamento para a sífilis ou começou o tratamento menos de 4 semanas antes do parto. Além das alterações que pode provocar no bebê desde o nascimento, a sífilis congênita também pode ser responsável por problemas como aborto espontâneo, prematuridade ou baixo peso ao nascimento. A doença tem cura e o tratamento do bebê deve ser iniciado o mais rápido possível após o nascimento para evitar complicações graves, como surdez ou cegueira, que, mesmo após a cura da doença, não podem ser revertidas. A única forma de reduzir o risco de passar a sífilis para o bebê é iniciar o tratamento da mãe durante a primeira metade da gravidez.
Por Diário da Feira/Secom
|
||||||||||
|
||||||||||
Leia Também |
||||||||||