Governo busca apoio de Motta para viabilizar PEC da Segurança Pública

O governo federal está empenhado em avançar com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública no Congresso Nacional e, para isso, aposta no apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). A pauta foi tema de uma reunião estratégica nesta terça-feira (8), na residência oficial da Câmara, com a presença dos ministros Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Ricardo Lewandowski (Justiça).

Hugo Motta tem demonstrado disposição para colaborar com a proposta, colocando a segurança pública como uma das prioridades de sua gestão à frente da Câmara. Para ele, o enfrentamento ao crime organizado precisa ser tratado com seriedade e urgência, diante dos impactos que já são percebidos em diferentes setores do país.

"O avanço das facções criminosas ameaça diretamente a estabilidade do Brasil — econômica, política e social. É nosso dever, enquanto representantes do povo, dar uma resposta à altura", afirmou o parlamentar. Ele também defendeu que a análise da proposta seja feita com base em seu conteúdo, independentemente de sua origem. "Não podemos recusar o debate de uma ideia apenas por ter sido apresentada pelo governo", completou.

Governo aberto a ajustes

O ministro Ricardo Lewandowski reforçou que o texto da PEC já foi elaborado levando em conta sugestões de governadores e prefeitos e que continua aberto ao diálogo. De acordo com o ministro, o governo está disposto a aprimorar o projeto e garantir a autonomia das polícias estaduais.

Ele também frisou que a proposta não prevê nenhum mecanismo que permita intervenção da União sobre as forças de segurança dos estados — um dos pontos que causaram apreensão em setores do Congresso.

Estratégia contra o crime organizado

Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendem que, além da aprovação da PEC, o governo federal precisa estabelecer um plano estratégico robusto para desarticular financeiramente as organizações criminosas.

A ideia é intensificar a repressão ao tráfico, ao contrabando e às estruturas de lavagem de dinheiro, enfraquecendo a base econômica dos grupos criminosos que atuam em todo o país.

A expectativa é que, com o apoio de Motta e o diálogo com as bancadas estaduais, a PEC da Segurança avance ainda neste primeiro semestre