O mercado asiático se tornou prioridade para a carne bovina brasileira, especialmente os miúdos, produtos de alto valor agregado que possuem forte aceitação cultural e religiosa na região. Com o crescimento populacional e a elevação da renda, países como Japão e China representam um grande potencial de expansão para as exportações brasileiras.
Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, a diferença de preço dos produtos entre Brasil e Japão evidencia o potencial de agregação de valor: enquanto a língua de boi custa cerca de US$ 2 o quilo no Brasil, no Japão chega a custar entre US$ 10 e US$ 12.
“No Japão, a língua é servida como churrasco gourmet. Aqui no Brasil, pouca gente consome, mas lá é valorizada. Essa é a estratégia da indústria bovina brasileira”, explicou Perosa.
O executivo afirmou ainda que o maior receio dos Estados Unidos é justamente o aumento do acesso do Brasil ao mercado asiático. “Os americanos sabem que não conseguem competir em escala com o Brasil e temem perder espaço na Ásia. Abrir esse mercado é um caminho sem volta”, disse.
Entre janeiro e agosto de 2025, o Brasil exportou 2 milhões de toneladas de carne bovina, um crescimento de 20% em relação a 2024, gerando US$ 10,7 bilhões, alta de 33%. A China segue como principal destino, com 1 milhão de toneladas e US$ 5,4 bilhões, consolidando a liderança da Ásia no consumo da proteína brasileira.
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