Um estudo recente mostra que a educação de jovens e adultos (EJA) tem impacto direto na renda e no mercado de trabalho dos participantes. A pesquisa, inédita, analisou os benefícios econômicos de pessoas que não concluíram os estudos na idade adequada, mas retornaram à escola em turmas de EJA e AJA (Alfabetização de Jovens e Adultos).
A EJA faz parte da educação básica e permite que jovens e adultos obtenham o diploma do ensino fundamental ou médio em cursos com duração reduzida. Segundo a pesquisa, realizada pelo Ministério da Educação em parceria com a Unesco, a modalidade não só melhora o acesso ao mercado de trabalho, como também aumenta a formalização e a qualidade das ocupações.
Para frequentar a EJA ensino fundamental, é preciso ter ao menos 15 anos; para o médio, 18 anos. Já na AJA, destinada à alfabetização, a idade mínima é de 15 anos. O estudo também analisou diferenças regionais, raciais e entre áreas rurais e urbanas, mostrando o potencial de público que pode se beneficiar da modalidade.
Os resultados indicam que a alfabetização de adultos proporciona aumentos significativos na renda. Entre os que concluíram as classes de alfabetização, a renda média subiu 16,3% no grupo de 18 a 60 anos, chegando a mais de 23% entre pessoas de 46 a 60 anos. A probabilidade de ocupar empregos formais aumentou 7,7 pontos percentuais e a chance de ter uma ocupação de qualidade subiu 2,3 pontos percentuais.
No ensino fundamental da EJA, a conclusão eleva a renda média em 4,6%, com destaque para o grupo de 26 a 35 anos, que registrou aumento de 14,9%. No ensino médio, a renda subiu 6% em média, com crescimento de 10% na faixa etária de 26 a 35 anos. Além disso, a conclusão das etapas aumenta a probabilidade de empregos formais e ocupações de qualidade em todas as faixas etárias analisadas.
Segundo a autora do estudo, Fabiana de Felicio, os dados reforçam a importância estratégica da EJA, mostrando que os ganhos ao longo da vida justificam o retorno aos estudos, principalmente entre os mais jovens. Ela destaca ainda que os benefícios vão além dos indivíduos, impactando positivamente o desenvolvimento social e econômico das comunidades.
O estudo será apresentado no Seminário Nacional de Educação de Jovens e Adultos: 1º Ano do Pacto pela Superação do Analfabetismo e Qualificação na EJA. Lançado pelo MEC em 2024, o Pacto EJA prevê 3,3 milhões de novas matrículas e um investimento de R$ 4 bilhões em quatro anos, integrando educação básica e educação profissional.
De acordo com o IBGE, há 9,1 milhões de pessoas com 15 anos ou mais não alfabetizadas no Brasil, equivalente a 5,3% da população nessa faixa etária, reforçando a necessidade e o impacto da alfabetização de adultos.
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