Vereadores divergem sobre proposta de instalar detectores de metais nas escolas municipais de Feira de Santana

A proposta de instalar detectores de metais nas escolas municipais de Feira de Santana gerou debate na Câmara de Vereadores nesta quinta-feira (14). O tema foi levado ao plenário por meio de uma indicação do vereador Edvaldo Lima (MDB), que defende a medida como forma de reforçar a segurança de alunos e professores.

Segundo Edvaldo Lima, a ideia é voltada principalmente para adolescentes e jovens. “Quando eu falo detector de metais, não é para criança, e sim de adolescente acima, que pode ter, ao entrar na escola, sua mochila passada pelo detector. Ali pode estar levando uma arma branca e trazer insegurança para dentro da escola. Com isso, vamos garantir tranquilidade tanto para os alunos quanto para os professores”, justificou.

O parlamentar argumentou que episódios de violência em instituições de ensino, registrados em diversas partes do país, reforçam a necessidade de adotar mecanismos preventivos. “Precisamos ter segurança dentro da escola. É algo importante diante da insegurança que observamos não só na Bahia, mas no Brasil. Muitas vezes, pessoas de má índole invadem escolas e destroem vidas”, afirmou.

A proposta, no entanto, foi criticada pelo vereador Silvio Dias (PT), que considerou a medida “um completo equívoco” e questionou sua prioridade diante das demandas do sistema educacional. “Feira de Santana tem tantos problemas na educação… Eu esperava do vereador uma indicação para contratar professores, reformar escolas, melhorar o ensino público. Detector de metal não é prioridade, principalmente porque pode fazer com que crianças se sintam suspeitas dentro da escola”, pontuou.

Silvio destacou que, em comunidades onde a presença do Estado já é marcada principalmente pela atuação policial, a instalação de detectores pode gerar estigmatização. “A função da escola é acolher, oferecer um ambiente propício ao ensino. Precisamos discutir como melhorar os índices de aproveitamento escolar, reduzir a evasão, dar condições para que as famílias mantenham os filhos estudando. Isso é mais importante que importar pautas da extrema direita, que não geram melhorias efetivas na educação”, declarou.

O petista também questionou o custo da medida e defendeu outras formas de investimento. “Será que não é mais eficiente contratar professores, colocar carteiras nas salas, contratar auxiliares para atender crianças com deficiência, psicólogos e assistentes sociais? Com certeza é”, concluiu.

O projeto apresentado por Edvaldo Lima é uma indicação — ou seja, uma sugestão para que o Executivo municipal avalie a possibilidade de implementar a medida — e ainda não tem previsão de ser apreciado em formato de proposta legislativa vinculativa.