Moradores querem Bolsonaro fora de condomínio de luxo em Brasília

O clima no condomínio de luxo Solar de Brasília, localizado na região do Jardim Botânico, na capital federal, tem sido de incômodo e insatisfação nos últimos dias. O motivo é a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está em prisão domiciliar desde a última segunda-feira (4), por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Desde que Bolsonaro passou a cumprir a medida judicial no local, a rotina dos moradores foi impactada pela movimentação intensa na portaria e pelos protestos e manifestações de apoiadores. Em grupos de WhatsApp, alguns vizinhos já cogitam pedir a saída do ex-presidente do residencial.

Mensagens obtidas pelo portal O Tempo revelam o descontentamento dos moradores. “Tá uma loucura aqui fora! Quero chegar em casa. Buzinaço, polícia, corneta, um inferno”, escreveu um dos residentes. Outro foi mais direto: “Podia levar de uma vez para a Papuda. Ao menos dá sossego para a gente e para mais 200 milhões”.

Além do incômodo diário, moradores demonstram preocupação com a possibilidade de formação de acampamentos bolsonaristas nas proximidades, como os que ocorreram em frente a quartéis após as eleições de 2022.

Estrutura de alto padrão

O Solar de Brasília é um dos mais tradicionais condomínios da região, conhecido por sua infraestrutura completa. Conta com três quadras residenciais interligadas, com parques infantis, campo de futebol, quadras esportivas, churrasqueiras e áreas de lazer arborizadas. Cada residência paga uma taxa condominial de cerca de R$ 887 a R$ 976 para manutenção dos espaços coletivos.

A casa em que Bolsonaro reside é alugada e os custos são bancados pelo Partido Liberal (PL). O imóvel está localizado a cerca de 10 km do Congresso Nacional e vem sendo constantemente monitorado por forças de segurança.

Apesar do descontentamento de parte dos vizinhos, ainda não há movimentações formais para exigir a saída do ex-presidente. No entanto, a insatisfação crescente pode se transformar em uma demanda coletiva, caso a situação no entorno do condomínio não se normalize.