Diplomatas brasileiros têm recomendado que qualquer possível telefonema entre o presidente Lula e Donald Trump seja cuidadosamente planejado antes de acontecer. O objetivo é evitar situações constrangedoras ou mal-entendidos, como os registrados recentemente em conversas de Trump com os presidentes da Ucrânia e da África do Sul.
A principal preocupação gira em torno do anúncio do governo americano de impor uma sobretaxa de 50% sobre importações brasileiras, medida prevista para entrar em vigor na próxima sexta-feira (1º). Diante disso, representantes do Brasil tentam estabelecer um canal de negociação que permita reverter ou amenizar a decisão.
Segundo fontes do Itamaraty, a conversa entre os chefes de Estado só deve ocorrer após alinhamentos prévios entre os representantes dos dois governos. “Telefonemas entre presidentes não podem ser improvisados, especialmente em momentos de crise comercial”, alertou um diplomata.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, está em Nova York e sinalizou disposição de ir a Washington caso haja disponibilidade do governo americano para abrir diálogo direto. Internamente, o Planalto considera Trump imprevisível em contatos diplomáticos e vê risco de exposição negativa caso o telefonema não seja cuidadosamente preparado.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que qualquer diálogo direto precisa de preparação. Ele destacou sinais positivos por parte dos EUA quanto à possibilidade de negociação, mas reafirmou que o Brasil não abrirá mão de sua soberania.
O governo brasileiro mantém a disposição para debater questões comerciais, mas alerta que não aceitará interferências em assuntos internos, como a situação judicial de Jair Bolsonaro, mencionada por Trump em correspondência recente.
A orientação do Planalto é clara: diálogo sim, improviso não.
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