A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou, em caráter de urgência, que a Polícia Federal e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) investiguem possíveis operações suspeitas no mercado financeiro brasileiro ligadas ao anúncio de tarifas econômicas do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil. A preocupação é que investidores tenham utilizado informações privilegiadas para lucrar com a oscilação do dólar e do real.
A suspeita surgiu após reportagem do Jornal Nacional mostrar movimentos incomuns no mercado cambial no dia 9 de julho, data em que Trump anunciou as sanções. De acordo com a matéria, por volta das 13h30, uma grande quantidade de dólares — entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões — foi comprada a R$ 5,46. Apenas dois minutos após o anúncio oficial, às 16h17, quase a mesma quantia foi vendida a R$ 5,60, gerando lucros expressivos para quem realizou a operação.
Segundo especialistas ouvidos, como o gestor Spencer Hakimian, de um fundo de investimentos em Nova York, o movimento é atípico e sugere que os operadores tinham conhecimento prévio da decisão do governo norte-americano. O mesmo tipo de operação foi identificado em ocasiões anteriores, quando Trump adotou tarifas semelhantes contra a África do Sul e a União Europeia.
Apesar da tentativa de congressistas democratas de abrir uma investigação nos Estados Unidos, os esforços esbarram na influência de aliados do ex-presidente. Com isso, aumenta a importância de apurações no Brasil para identificar eventuais crimes de insider trading (uso de informação privilegiada).
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